terça-feira, 7 de abril de 2015

Brasil pressiona pela mudança

 Brasileiros lembram o sábio Diógenes, aquele que só pediu a Alexandre que se afastasse porque lhe estava roubando o sol
O Brasil não está em crise porque as pessoas saem à rua para protestar. É o contrário: decidiram fazer isso porque desejam mudar o velho Brasil. Querem que o país se supere e ressuscite da crise, e não acreditam mais nas promessas de seus atuais governantes, convencidos como estão de que eles mentiram.

Vai fazer dois anos que neste país os indignados saíram pela primeira vez de suas casas para exigir melhorias em alguns serviços públicos para que fossem dignos de um país moderno, e protestar contra a corrupção. Na época não gritavam “Fora, Dilma” nem “Fora, PT”.

Para aplacar o mau humor das pessoas, a presidenta fez cinco promessas aos brasileiros, entre as quais um plebiscito nacional para a reforma política – que se mostrou inútil por ser anticonstitucional – e o combate sem trégua contra a corrupção.

As promessas não só não foram levadas adiante como também, hoje, a situação do Brasil é muito pior do que na época. A reforma políticase enreda em si mesma porque os encarregados de fazê-la não querem perder seus privilégios, enquanto a corrupção, em vez de ter sido freada, irrompeu como uma bomba nuclear com o novo escândalo da Lava Jato, que fez o do mensalão empalidecer. E outros novos escândalos já estão na fila da investigação judicial.

Os brasileiros se cansaram de promessas e escândalos, e se radicalizaram: desta vez pedem até uma nova República, outro Brasil. Querem que os que prometeram o que não souberam ou não quiseram cumprir saiam para dar lugar a outros. Por ora, talvez não saibam com quem substituí-los, mas sabem que querem algo novo e diferente.

Esse clima que o Brasil vive e que as manifestações anunciadas para o próximo dia 12 poderiam confirmar ou desmentir me fizeram recordar o que se conta, entre história e lenda, do filósofo grego Diógenes, que há 2.500 anos andava com uma lanterna em busca de “um homem”, ou seja, um que fosse honesto, e não corrupto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário