São três, assim, as correntes que irão misturar-se, com amplo risco de explosão. A pergunta que se faz é sobre as atitudes do poder público diante dos fatos. A preservação da ordem cabe aos Estados, sabendo-se que as respectivas Polícias Militares e Civis já se preparam para a missão. Ocuparão as ruas das capitais e principais cidades com o ânimo de acompanhar as manifestações sem interferir nelas, apenas garantindo o direito dos cidadãos exprimirem seus sentimentos. Claro que essas intenções angelicais acabam esbarrando na necessidade de evitar excessos como invasões, depredações e similares. Para isso as forças policiais não estarão desarmadas, mas estarão preparadas?
Indaga-se sobre a hipótese de não conseguirem conter a baderna, mesmo promovida pelas minorias de sempre. Ousarão os governadores apelar a Brasília pedindo a intervenção das forças armadas? Tudo está previsto, até mesmo a prontidão de contingentes federais, que à sua maneira já terão examinado a situação. Se tiverem de sair dos quartéis, saberão para onde ir e, ao menos na teoria, como agir.
Em suma, impossível ignorar o potencial de confrontos e conflitos, ainda que votos se façam para tudo transcorrer pacificamente. A experiência de anteriores manifestações terá servido para o poder público reduzir os limites do inesperado. O resto será torcer os dedos para impedir a repetição de parte dos acontecimentos de julho de 2013. Em se tratando de Brasília, por exemplo, serão previamente impedidas invasões do Congresso, do Planalto e do Itamaraty, além de outros palácios, por conta de numerosas e ostensivas tropas de guarda. O difícil é saber como.
Os olhos da nação voltam-se para a expectativa maior, de que manifestações não venham transformar-se em rebeliões.
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