quarta-feira, 11 de março de 2015

Atendendo a pedidos, Lula volta a controlar governo

Já que avião está desgovernado, é melhor deixar Lula no comando
O ex-presidente Lula tem uma sorte realmente invejável, não se pode negar. No início do ano passado, ele estava pronto para se candidatar à Presidência e achava que Dilma Rousseff gentilmente iria lhe ceder a vez. Mas a ingratidão falou mais alto, Dilma se esqueceu de que deve tudo a Lula, fincou pé, disse que sua popularidade estava em alta e tinha tudo para ganhar a reeleição.


Lula insistiu, Dilma então tirou as cartas da mangas e mandou que os assessores do Planalto começassem a plantar notícias desabonadoras sobre Rosemary Noronha, a favorita da corte. Nessa época, o escândalo da Petrobras já ocupava as manchetes, Lula estava enfraquecido e Dilma usou a bala de prata, ameaçando divulgar os gastos abusivos de Rosemary com o cartão corporativo da Presidência da República, em compras feitas no Brasil e no exterior, e Lula teve de jogar a toalha.

Dilma Rousseff se reelegeu com muita dificuldade, para dizermos o mínimo, e a crise política, econômica e social foi se agravando progressivamente. Na quinta-feira antes do carnaval, já entrando no desespero, a presidente deixou a arrogância de lado, embarcou no Aerolula e viajou a São Paulo para se desculpar e pedir ajuda a seu antecessor.

Lula disse-lhe poucas e boas, claro, e mandou que Dilma se reaproximasse do PMDB e prestigiasse Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, para tentar recompor a base aliada, fragmentada desde a malograda tentativa de eleger Arlindo Chinaglia para a presidência da Câmara.

Lula realmente tentou ajudar. Em nome da sobrevivência do PT, ele viajou para Brasília na primeira semana após o Carnaval e passou três dias fazendo contatos com o PMDB e outros partidos da coalizão.

O esforço de Lula foi em vão, porque Dilma é como o cavalo da Átila – por onde passa, destrói tudo, não nasce mais grama. Ao invés de se aproximar de Renan e Cunha, a presidente fez exatamente o contrário. Recebeu do procurador-geral Rodrigo Janot as informações secretas sobre a lista de políticos envolvidos no esquema da Petrobras e mandou que fosse “vazada” para a mídia a notícia de que o Planalto “avisara” Renan e Cunha de que eles estavam incluídos na reação.

Ao publicarem as reportagens, os jornalistas que cobrem a Presidência da República tiveram o cuidado de registrar que a informação havia sido passada por “assessores do Planalto”. Foi o que bastou para Renan Calheiros e Eduardo Cunha entrarem em rota de colisão com a presidente da República, criando uma das mais graves crises institucionais desde a redemocratização do país, em 1985.

Agora, o Planalto (leia-se: Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante) sonha em se reaproximar de Renan e Calheiros. Sonhar ainda não é proibido, mas não têm a menor condição de concretizar nada, tudo depende hoje de Lula, que, atendendo a pedidos, volta a controlar o governo.

Esta terça-feira, Dilma viaja novamente a São Paulo para pedir a benção ao padrinho. O encontro com Lula está previsto para a hora do almoço, após agenda oficial da presidente na capital paulista. Dilma, é claro, vai receber nova reprimenda, pela sucessivas trapalhadas que andou aprontando com ajuda de Mercadante.

Já está provado que a Sra. Dilma Rousseff não tem a menor condição de governar este país. Portanto, é melhor deixar Lula no comando, porque parece que o piloto sumiu e o avião está quase caindo.

Carlos Newton

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