Crescimento do PIB no período de 1992 a 2010 foi de 40%. Além da produção de riqueza, cálculo alternativo considera também os capitais natural e humano de um país.
O Brasil cresceu apenas 2% entre 1992 e 2010, segundo o
Índice de Riqueza Inclusiva (Inclusive Wealth Index ou IWR), medido pelo
Instituto Mahatma Gandhi de Educação para Paz e Desenvolvimento Sustentável,
ligado à Unesco. Na medição do Produto Interno Bruto (PIB), a alta foi de 40%.
O relatório divulgado nessa quarta-feira, na Índia, leva em
conta não apenas o crescimento da economia, como faz a medição do PIB, mas
também o que chama de capital humano (nível de educação e formação da mão de
obra) e capital natural (florestas e recursos naturais, por exemplo).
O índice foi criado em 2012 como uma alternativa ao Produto
Interno Bruto e é calculado para 140 países. No cálculo final, o capital humano
representa 23% do total, e o capital natural, 57%.
Segundo Lígia Costa, professora do Departamento de
Fundamentos Sociais e Jurídicos da Escola de Administração de Empresas da
FGV-SP, o índice mede de uma forma muito mais eficiente a qualidade de vida da
população dos países analisados. "O PIB não mostra nenhum tipo de melhoria
na qualidade de vida e é muito limitado", avalia.
No período analisado, a riqueza global inclusiva cresceu
apenas 6%, considerando alterações no capital humano, no capital natural e no
capital produzido, os três pilares da avaliação do IWR. A alta do PIB, que leva
em conta apenas o desempenho econômico, foi de 50% em uma escala global.
Costa, que é uma das colaboradoras do estudo, considera que
o desenvolvimento econômico e sustentável não pode se basear só no PIB.
"Apenas considerando o PIB, o Brasil chegou a ser a sexta economia do
mundo, passando a Inglaterra, mesmo sem os investimentos necessários em
educação e saúde", pontua.
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