quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Riqueza inclusiva cresceu só 2% em duas décadas




Crescimento do PIB no período de 1992 a 2010 foi de 40%. Além da produção de riqueza, cálculo alternativo considera também os capitais natural e humano de um país.
 O Brasil cresceu apenas 2% entre 1992 e 2010, segundo o Índice de Riqueza Inclusiva (Inclusive Wealth Index ou IWR), medido pelo Instituto Mahatma Gandhi de Educação para Paz e Desenvolvimento Sustentável, ligado à Unesco. Na medição do Produto Interno Bruto (PIB), a alta foi de 40%.

O relatório divulgado nessa quarta-feira, na Índia, leva em conta não apenas o crescimento da economia, como faz a medição do PIB, mas também o que chama de capital humano (nível de educação e formação da mão de obra) e capital natural (florestas e recursos naturais, por exemplo).
O índice foi criado em 2012 como uma alternativa ao Produto Interno Bruto e é calculado para 140 países. No cálculo final, o capital humano representa 23% do total, e o capital natural, 57%.

Segundo Lígia Costa, professora do Departamento de Fundamentos Sociais e Jurídicos da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP, o índice mede de uma forma muito mais eficiente a qualidade de vida da população dos países analisados. "O PIB não mostra nenhum tipo de melhoria na qualidade de vida e é muito limitado", avalia.

No período analisado, a riqueza global inclusiva cresceu apenas 6%, considerando alterações no capital humano, no capital natural e no capital produzido, os três pilares da avaliação do IWR. A alta do PIB, que leva em conta apenas o desempenho econômico, foi de 50% em uma escala global.
Costa, que é uma das colaboradoras do estudo, considera que o desenvolvimento econômico e sustentável não pode se basear só no PIB. "Apenas considerando o PIB, o Brasil chegou a ser a sexta economia do mundo, passando a Inglaterra, mesmo sem os investimentos necessários em educação e saúde", pontua.

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