Poucos meses após lançamento de uma plataforma que reúne dados sobre abalos sísmicos no país, projeto que consumiu 25 milhões de reais em recursos públicos pode acabar sucateado por falta de verba para manutenção.
O recém
inaugurado site da Rede Sismográfica Brasileira corre o risco de ficar
desatualizado já no próximo ano, por falta de recursos. O financiamento do
projeto que monitora e mapeia terremotos no Brasil termina este ano. Para
manter o monitoramento, integrantes da iniciativa buscam novas parcerias.
O projeto
iniciado em 2008, do qual fazem parte o Observatório Nacional, a Universidade
de São Paulo, a Universidade de Brasília e a Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, custou cerca de 25 milhões de reais, financiados pela Petrobras, e
contou com a integração e instalação de estações sismográficas em todo o
Brasil.
"A
sismologia no país era fragmentada. Agora a rede permite fazer um monitoramento
mais extensivo do Brasil, temos uma cobertura mais homogênea de estações que
possibilitam entender aonde ocorrem os sismos", conta o geofísico da USP
Marcelo Bianchi.
Os dados
recolhidos por cerca de 80 estações espalhadas pelo país são disponibilizados,
quase em tempo real, no site da rede, que foi inaugurado no final de novembro.
Mas todo esse esforço para monitorar tremores de terra em território brasileiro
pode acabar sucateado, caso o projeto não receba mais recursos.
"Os
equipamentos estão comprados, mas precisam de manutenção. Além disso, é
necessário dinheiro para pagar a transmissão de dados. À medida que não temos
mais financiamento, o projeto vai começar a parar. Os sismos não acontecem
sempre, mas de tempos em tempos. Por isso, precisamos ter um monitoramento
constante para entender melhor esses eventos", conta Bianchi.
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