terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Dilma confunde autoridade com autoritarismo


É isso o que ela tem em comum com seus antigos carrascos
Dilma detesta ser pressionada a fazer alguma coisa – qualquer coisa. Até mesmo aquelas que parecem necessárias. É do temperamento dela.

Dilma confunde autoridade com autoritarismo. E na maioria das ocasiões se comporta como a autoritária que é, e não como a autoridade que deveria ser.

Até os apontadores do jogo do bicho abancados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, sabem que Graça Foster, presidente da Petrobras, já deveria ter sido demitida.

Acabará sendo, é no que apostam. Mas à custa de muito desgaste para ela mesma, a empresa que preside, e Dilma que a mantém no cargo.

Por duas vezes até aqui, Graça pôs o cargo à disposição de Dilma. E ela não o quis de volta.

A política ensina que a pessoa que põe o cargo à disposição do seu superior é porque não deseja pedir demissão. Nem ser demitido.

Quem quer sair - ou está convencido de que a saída é o melhor que lhe resta - simplesmente sai, ora.

O cargo de Graça pertence a Dilma. E se Graça não quer deixá-lo, cabe a Dilma fazer com o que o deixe.

Entra dia e sai dia, e a Petrobras continua sangrando em praça pública. O preço de suas ações se desvalorizou 40% de janeiro para cá. Seus acionistas estão em pânico.

A roubalheira na Petrobras está sendo investigada por três países – fora o Brasil. São eles: os Estados Unidos, a Holanda e a Suíça. É o maior escândalo de corrupção da nossa história. E um dos maiores do mundo.

Não é mais a imagem da Petrobras que está sendo enlameada no mercado internacional. É a do Brasil.

E ao invés de agir, Dilma defende sua própria paralisia com a desculpa de que não age sobre pressão.

Alguns dos presidentes da ditadura militar de 64 gostavam de dizer que não agiam sob pressão. Faltava quem tivesse peito para pressioná-los, isso sim.

Sob vários aspectos, Dilma e seus carrascos se parecem mais do que ela mesma desejaria.

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