Graça Foster, presidente da
Petrobras, tenta se manter com a cabeça fora d’água. Se conseguir, pior para a
estatal. As ações voltaram a despencar nesta sexta-feira. Sim, caiu o preço do
barril do petróleo, como é sabido. É a razão da hora. A questão é saber onde
estava a empresa brasileira quando veio esse fator conjuntural. Resposta: no
fundo do poço. A agonia parece não ter fim, e Dilma, a nefelibata, finge que
não é com ela. Só que é.
Nesta sexta, o comando da
estatal resolveu agir como de costume. Diante das evidências — e evidências são
— de que fora advertida das lambanças como diretora e como presidente da
empresa, Graça mobilizou a sua turma para desqualificar a acusadora, Venina
Velosa da Fonseca — que teria até ameaçado seus chefes porque perdeu um posto
importante.
A questão aí não é “de quem”,
mas “do quê”. Sim, é sempre bom saber o nome do autor de uma denúncia. A pessoa
pode ter interesse objetivo quando faz uma acusação. Se uma grave ilegalidade
está sendo apontada, no entanto, é ainda mais relevante saber se estamos diante
de uma verdade ou de uma mentira.
Fato 1: a roubalheira na Petrobras
aconteceu.
Fato 2: Venina advertiu Graça
(pouco importam as suas intenções).
Fato 3: Graça não tomou nenhuma
providência.
Nem ela nem o presidente que a
antecedeu, José Sérgio Gabrielli, que vai se agigantando, a cada dia, como o
chefe de uma casa de horrores. Que ironia! A Petrobras serviu de cavalo de
batalha dos petistas nas eleições de 2002, 2006 e 2010. Lá vinha,
invariavelmente, a mentira em tom de ameaça: “Os tucanos querem privatizar a
Petrobras…”. Eis aí: essa Petrobras que temos é aquela privatizada pelo PT. O
que lhes parece?
Se o preço do barril do
petróleo cair mais um pouco — ou, vá lá, se vier a se estabilizar no atual
patamar, a Petrobras estará ainda mais encalacrada do que hoje. Todo o chamado
“Plano de Negócios” do pré-sal vai para a cucuia. Os males que o PT causou ao
setor de energia no Brasil não serão corrigidos num tempo curto. O partido
errou no diagnóstico, errou no prognóstico, errou na operação. E coroa a falta
de competência com a evidência de que comandou, com certeza, a gestão mais corrupta da
história da empresa. Procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato
esperam ouvir Venina nos próximos dias.
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