Na quarta-feira, o advogado de um dos investigados pela
Lava-Jato disse que sem corrupção a empreiteira não ganha a concorrência. Me
fez lembrar uma frase que usávamos na luta contra a ditadura: não podemos
perder a capacidade de nos indignar. A corrupção não pode ser aceita como parte
da paisagem brasileira.
Essa declaração do advogado é o começo daquele discurso de
que as empreiteiras são vítimas. Não são. As que forem apanhadas em casos de
corrupção têm que responder por isso. Muitas dessas grandes empreiteiras são
eficientes como empresas de engenharia. Competentes, ganham concorrências em
outros países onde os controles de desvios são muito rígidos.
Não podemos aceitar que a corrupção faça parte da paisagem e
vire endêmica. Tampouco cabe banalizar algo que é gravíssimo, como tentou
fazer o advogado.
Temos que nos indignar para que, de fato, a investigação
seja uma oportunidade de mudarmos a forma de fazer negócios entre governos e
empresas no Brasil.
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