sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Não podemos perder a capacidade de nos indignar


Na quarta-feira, o advogado de um dos investigados pela Lava-Jato disse que sem corrupção a empreiteira não ganha a concorrência. Me fez lembrar uma frase que usávamos na luta contra a ditadura: não podemos perder a capacidade de nos indignar. A corrupção não pode ser aceita como parte da paisagem brasileira.

Essa declaração do advogado é o começo daquele discurso de que as empreiteiras são vítimas. Não são. As que forem apanhadas em casos de corrupção têm que responder por isso. Muitas dessas grandes empreiteiras são eficientes como empresas de engenharia. Competentes, ganham concorrências em outros países onde os controles de desvios são muito rígidos.

Não podemos aceitar que a corrupção faça parte da paisagem e vire endêmica. Tampouco cabe banalizar algo que é gravíssimo, como tentou fazer o advogado.

Temos que nos indignar para que, de fato, a investigação seja uma oportunidade de mudarmos a forma de fazer negócios entre governos e empresas no Brasil.

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