Um partido político não começa a morrer quando conquistado
de fora, pelos adversários, mas no momento em que passa a ser destruído de
dentro, por seus próprios integrantes. A regra milenar serve para civilizações,
países, corporações, até clubes de futebol.
O PT encontra-se nessa situação. Pouca influência tem em sua
sobrevivência os ataques do conservador PSDB ou a histeria do PSOL e
penduricalhos, do outro lado. Os companheiros estão entrando em colapso por
conta de suas atividades. Uma vez conquistadas as primeiras vitórias, mesmo
aquelas menores, como as prefeituras do interior de São Paulo, o partido chegou
ao poder maior, com a vitória do Lula. Aí se intensificaram as atividades agora
responsáveis pela deturpação, a desmoralização e agonia da legenda. O capítulo
dos escândalos na Petrobras é apenas mais um, envolvendo outros anteriores.
Encontra-se o PT em pleno conflito entre a honesta
desonestidade ou, se quiserem, entre a desonestidade honesta. Fora aquela
parcela de aproveitadores existentes em toda comunidade, sempre interessados em
aumentar suas contas bancárias, a grande maioria do partido justifica o assalto
à coisa pública como decorrência natural da luta para reformar e até
revolucionar costumes e instituições. Trata-se, para eles, de um confronto
ideológico, necessário para a concretização de suas propostas. Se é para
promover a justiça social, a igualdade e as mudanças imprescindíveis à
construção de uma nova sociedade – tudo será válido. Até superfaturar preços,
cobrar propinas, fraudar contratos e comprar opiniões. Imaginam que o objetivo
final justifica todos os instrumentos utilizados.
O problema, para os companheiros, é que ao construir uma
nova ordem, geraram a desordem. Pergunte-se a seus líderes se estão
arrependidos e eles ficarão surpresos e irritados. Para eles, tudo é permitido
no rumo do final projetado. Apenas, esqueceram-se dos valores fundamentais que
deveriam pautar a vida em sociedade. Não há, para o PT, uma ética universal e
permanente, mas diversas éticas capazes de anular-se.
Nenhum comentário:
Postar um comentário