O modelo simplista de expansão da demanda de consumo que vem
sendo adotado desde 2003 está esgotado. A estagnação da produção industrial e
da taxa de investimento, e, por último, a queda da taxa de crescimento
potencial do PIB brasileiro de cerca de 4,5% ao ano, para algo entre 0 e 1% ao
ano, são os principais sinais de que o modelo precisa mudar radicalmente.
Agora, é preciso o País se voltar completamente para o crescimento do
investimento, especialmente em infraestrutura e especialmente privado
(pois o setor público, além de ineficiente, está virtualmente quebrado), o que
levaria ainda ao aumento da produtividade geral da economia, seja qual for o
próximo governo.
Não adianta o governo dizer que a taxa de desemprego é
baixa. Nas difíceis condições atuais, para o desemprego começar a aumentar seguidamente,
é só um passo.
Outro problema ignorado pelo governo é a iminente crise
fiscal em que suas políticas nos colocaram, depois de termos conquistado vários
degraus de credibilidade nessa área, sem falar na inflação descontrolada. Como
no Brasil o gasto público é muito rígido e sua expansão é parte fundamental do
modelo econômico atual, tudo depende do que acontece com a receita.
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