Fica, pois, assentado que campanha é assim mesmo, um
vale-tudo emocional, sem relação com os fatos e com a lógica.
Dá para compreender: eleição tem muito de emoção, de modo
que as campanhas, dominantemente de rádio e TV, precisam apelar para o
sentimento dos eleitores. Mas vale enganar, especialmente, as pessoas mais
desinformadas?
Pessoal que trabalha com Dilma tem dito que muitas
afirmações feitas pela presidente, como a que os banqueiros querem dominar o
Banco Central para tirar a comida do povo, são “coisa de campanha”. Reparem: o
pessoal faz essa ressalva para os eleitores mais informados, líderes de
setores, formadores de opinião ou, para usar a linguagem de Lula, a elite rica.
Supondo que vale a ressalva, fica assim, portanto: a
campanha tem umas mentirinhas para pegar o voto daquela turma que, vocês sabem,
não é muito esperta; mas no governo será diferente, mais razoável e menos
emocional.
E a campanha da presidente Dilma está no lado oposto, no lado do máximo vale-tudo: banqueiro é ladrão de comida, os ricos querem expulsar os pobres dos aeroportos, a imprensa é contra o povo, as empresas querem matar os seus trabalhadores para ter mais lucro, ter uma colaboradora acionista de banco é grave falta pessoal. Já ter aliados na cadeia ou perto disso é perseguição política do Judiciário das elites.
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