Nem a Folha de S. Paulo, que publicou a entrevista na última
segunda-feira, nem os demais veículos de comunicação deram importância ao que
disse Benjamin Steinbruch, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo
e dono da Companhia Siderúrgica Nacional, sobre a eleição presidencial do
próximo domingo.
A certa altura da entrevista, o repórter Fernando Rodrigues
perguntou em quem Steinbruch votaria. O poderoso industrial respondeu:
- Não sinto necessidade de revelar. Meu voto é a favor das
mudanças. Se a presidente Dilma propuser mudanças com relação ao futuro do
Brasil, ela tem chance de ter o meu voto. Se a candidata Marina propuser
mudanças, ela tem a possibilidade de ter o meu voto. Assim como o Aécio.
Rodrigues insistiu:
- Se um empresário como o senhor revelar o voto no Brasil,
pode sofrer perseguição?
A resposta foi espantosa, a se levar em conta que vivemos
numa democracia e que as pessoas são livres para votar em quem quiser:
- Com certeza. Pode.
Rodrigues foi adiante:
- Se disser que vota em Marina e ela perder a eleição, o
senhor acha que poderia ser perseguido?
- Acho que sim. O empresário brasileiro e o banqueiro são
tremendamente dependentes do governo. Lá fora você não tem essa necessidade de
ter a boa vontade do governo. Aqui, só o BNDES te dá financiamento de longo
prazo com carência.
Quer dizer: se o presidente da República não for com a sua
cara, o BNDES lhe fechará as portas.
Temos um arremedo de democracia – a verdade é essa. E a democracia entre nós é tanto mais fraca quanto maior é a determinação dos donos do poder de não abrir mão do poder.
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