"Quem ameaça o pré-sal é a corrupção que está assolando a Petrobras"
Marina Silva
Dilma, sem qualquer abalo no capacete, prometeu que vai
tomar providências quando tiver as informações sobre o escândalo na Petrobras.
Também admitiu que, por enquanto, não vai despedir ninguém, apesar de o caso
não ser o de demissão, mas de admissão de culpa. Como pensar nessa inocência e
prestante prontidão da presidente quando a mesma foi durante nove anos a
mandona na empresa?
Dilma quer a todo custo afastar o escândalo de sua
candidatura e, do alto de sua arrogância, proclama que o depoimento não lança
suspeita sobre o governo. Alguém esqueceu que a Petrobras esteve sob seu
comando como ministra das Minas e Energia, presidente do Conselho de
Administração, chefe da Casa Civil de Lula e presidente da República? E ela
nunca soube que a Diretoria de Abastecimento da Petrobras, dirigida por Paulo
Roberto Costa, era autônoma assim transformada por Sérgio Gabrielli, o
braço-forte de Lula? Não pode negar em momento algum que fez vista grossa, no
mínimo, à corrupção desenfreada.
As questões estão colocadas e respostas não há. Dilma, como
é de costume, acusa, fala mal dos outros, mas nunca explica o que deve, por
obrigação do cargo, explicar. E ainda pinta e borda com a maior desfaçatez.
Agora muda o comando de campanha tirando meia dúzia e colocando seis.
Colocou o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento
Agrário), que foi seu “chefe” quando era vice-governador do Rio Grande do Sul,
e ela, secretária de Minas, Energia e Telecomunicações do estado. Até aí uma
mudança tática se não fosse um pequeno detalhe no currículo do ministro com
autonomia e carta branca. Rossetto não só ocupou o mesmo cargo no governo Lula
e, por um desses acaso da vida, também foi presidente da Petrobras
Biocombustível (???).
Ficaria tudo por aí se a candidata não fizesse uma confissão
de que houve sim corrupção na empresa, e quando sob seu comando. “Se houve
alguma coisa, e tudo indica que houve, eu posso te garantir que todas - vamos
dizer assim - as sangrias que eventualmente pudessem existir estão estancadas”.
Num dia fala que espera mais informações sobre o caso e em outro, admite que
houve falcatrua. E ficamos todos por isso mesmo, presidente?
É muita cretinice de um governo admitir que lava as mãos, em
virtude da campanha, para um rombo bilionário na maior empresa do país. Além de
admitir o crime, para o qual desvia o rosto, Dilma parece achar uma normalidade
sua existência e se lixa para o que ocorreu, não manifestando nenhum interesse
em condenar os culpados. Segundo a candidata do PT, eles já estariam
“condenados” pelo seu descaso, o que para ela, “divina”, já é o suficiente.
A presidente mais uma vez lança brioches para o país. Do
alto do trono, como uma rainha imune, livra a cara dos companheiros para
conseguir mais uma gestão de roubos e rombos. Só esquece que Antonieta, a dos
brioches, teve seu dia de guilhotina.
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