sábado, 9 de agosto de 2014

Congresso de ouro

Nani Humor

O Brasil, com sua imensidão continental, também dá show na estatística dos super-ricos. Eles hoje são 172 mil. Entraram para a categoria, no último ano, 7 mil abençoados. Para ocupar a categoria, é necessária uma carteira mínima de R$ 1 milhão apenas para aplicação, independente de patrimônio. E isso acontece num país em que o governo se vangloria de enfim ter reduzido, com certas maquiagens, que não admite, as desigualdades sociais. Esse é mais um queijo furado que oferecem de bandeja seus ratos de sempre. Famintos por uma lasquinha do suíço, o melhor do mercado. 

Assim, neste país em que os miseráveis já não existem, para o governo, esses super-ricos proliferam assustadoramente, ainda mais na chocadeira que se tornou a política. Tanto que os suplentes de candidatos ao Senado são os mais ricos desta eleição. Quase todos estão na categoria super-rico de lambuja. Na média, os primeiros-suplentes declararam ter fortuna de R$ 7,3 milhões - mais de 15 vezes o patrimônio médio de todos os 25 mil candidatos registrados para concorrer neste ano. São esses super-ricos, a elite milionária, que vão discutir as leis para reger o país já solapado por tanto interesse monetário. 

Ah, os tempos em que, como na época de Machado de Assis, os senadores tinham no máximo um tílburi ou pegavam o bonde puxado a burro para ir ao Senado, na praça da República.      

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