Não foi o que aconteceu. Com apenas um ano e quatro meses no cargo, em ato público defronte ao QG do Exército em Brasília, Bolsonaro falou a manifestantes que pediam abertamente a volta da ditadura. Censurou-os? Pelo contrário. Exaltou-os do alto de uma camionete ao dizer entre outras coisas:
– Não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que possamos colocar o Brasil em lugar de destaque. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder.
– Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Tenho certeza, todos nós juramos um dia dar a vida pela pátria. E vamos fazer o que for possível para mudar o destino do Brasil. Chega da velha política.
A turba rugiu satisfeita e em êxtase.
Salvo poucos nomes, Bolsonaro cercou-se de auxiliares tão medíocres quanto ele, de preferência militares. Nem os governos da ditadura empregaram tanta gente fardada em lugares quase reservados a civis. A política arrombou de vez as portas do quarteis e começou a sangrar a disciplina. Deu no que vimos.
A direita dita civilizada também viu. Mas isso não impediu que parte dela, jamais mensurada, apoiasse a reeleição de Bolsonaro. Foi por um suspiro que ele não se reelegeu, derrotando Lula, o candidato da tal frente ampla pela democracia. E não foram apenas os extremistas da direita que votaram nele.
Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. Foi o Estado Democrático de Direito que esteve em perigo e por um triz o golpe não se consumou. Quem o reverteria se Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes tivessem sido mortos? Os generais que acolheram gentilmente os golpistas acampados?
Uma junta militar convocaria novas eleições. O plano era esse. Bolsonaro teve em mãos várias versões do plano e estabeleceu um prazo para que o golpe fosse aplicado – até o final de dezembro de 2022. Como não deu certo, escafedeu-se para os Estados Unidos e de lá assistiu o levante popular nada espontâneo do 8/1.
Indiciado pela Polícia Federal nos crimes que quis ocultar, próximo de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República, de que lado ficará a direita dita civilizada quando Bolsonaro e os demais golpistas sentarem no banco dos réus? Não se diga que ele é um problema da justiça e de mais ninguém.
Não há meio termo. Não cabe isenção. Escolha seu lado. Bolsonaro é um problema dos que votaram nele e de todos que arcaram com as consequências de sua gestão desastrosa e reacionária.
A turba rugiu satisfeita e em êxtase.
Salvo poucos nomes, Bolsonaro cercou-se de auxiliares tão medíocres quanto ele, de preferência militares. Nem os governos da ditadura empregaram tanta gente fardada em lugares quase reservados a civis. A política arrombou de vez as portas do quarteis e começou a sangrar a disciplina. Deu no que vimos.
A direita dita civilizada também viu. Mas isso não impediu que parte dela, jamais mensurada, apoiasse a reeleição de Bolsonaro. Foi por um suspiro que ele não se reelegeu, derrotando Lula, o candidato da tal frente ampla pela democracia. E não foram apenas os extremistas da direita que votaram nele.
Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. Foi o Estado Democrático de Direito que esteve em perigo e por um triz o golpe não se consumou. Quem o reverteria se Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes tivessem sido mortos? Os generais que acolheram gentilmente os golpistas acampados?
Uma junta militar convocaria novas eleições. O plano era esse. Bolsonaro teve em mãos várias versões do plano e estabeleceu um prazo para que o golpe fosse aplicado – até o final de dezembro de 2022. Como não deu certo, escafedeu-se para os Estados Unidos e de lá assistiu o levante popular nada espontâneo do 8/1.
Indiciado pela Polícia Federal nos crimes que quis ocultar, próximo de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República, de que lado ficará a direita dita civilizada quando Bolsonaro e os demais golpistas sentarem no banco dos réus? Não se diga que ele é um problema da justiça e de mais ninguém.
Não há meio termo. Não cabe isenção. Escolha seu lado. Bolsonaro é um problema dos que votaram nele e de todos que arcaram com as consequências de sua gestão desastrosa e reacionária.
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