Da mesma forma, por mais que se soubesse que Bolsonaro e os militares que ele corrompeu tinham aberto a Amazônia a um vasto catálogo de bandidos —invasores de terras, garimpeiros ilegais, desmatadores, assassinos de aluguel, estupradores e traficantes de drogas, armas e pessoas—, o Brasil não tinha consciência de até que ponto isso estava atingindo os yanomamis.
É possível que o povo alemão ou parte dele desconhecesse a realidade dos campos de extermínio ou não quisesse acreditar neles. Mas, assim como a burocracia nazista sabia o que se passava, vários ministros de Bolsonaro —pelo menos os do Meio Ambiente, da Saúde, da Defesa, da Justiça, da Agricultura e da Mulher, Família e Direitos Humanos, além dos três comandantes e demais militares que atuaram na Amazônia— também sabiam da situação dos yanomamis. Se mais não fosse, há dezenas de provas de que eles foram alertados. Mas a boiada precisava passar.
O genocídio dos yanomamis está agora escancarado. Isso não trará os seus mortos de volta, mas, se se fizer justiça, Ricardo Salles, Damares Alves, Braga Netto, Eduardo Pazuello, Marcelo Queiroga, Tereza Cristina, Hamilton Mourão e muitos outros terão de se sentar ao lado de Bolsonaro no banco dos réus.
Um banco, de preferência, importado de uma loja de móveis de Nuremberg.
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