Foi exaustivo passar quatro anos sob peso de rancor e ressentimento, exprimidos em mãos fazendo arminhas, em motociatas intermináveis e naquele profundo desprezo a qualquer forma de gentileza, de educação e de diversidade.
Na vida pública tudo é símbolo, e foi uma alegria imensa rever o Brasil simbólico de que tanto gostamos subindo a rampa numa celebração de cores; foi um alívio ver seres verdadeiramente humanos em desfile, na companhia triunfal de Resistência, a Primeira Cã.
O ar está mais leve, respiramos melhor.
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Por falar em símbolos — tenho duas lembranças marcantes da posse de 2019: a presença imprópria do 02 sentado no capô do Rolls-Royce e a presença suave da primeira dama fazendo um discurso em libras. Um símbolo de psicopatia contrapondo-se a um símbolo de afabilidade, fato e fake na mesma medida.
Que pesadelo.
E que diferença para o Rolls-Royce de 2023, com dois antigos rivais lado a lado, sorridentes, unidos num ideal comum.
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A ausência do cramulhão permitiu o melhor da festa. Janja encontrou a receita do verdadeiro significado da subida da rampa, aquela que, uma vez vista, parece óbvia. É claro que tem que ser assim, um grupo, a sociedade representada em sua ampla pluralidade.
Haverá tantas combinações possíveis quantas cabeças se dedicarem a pensar no assunto, mas é isso, um conjunto de pessoas, e não aqueles casais solitários, raramente à vontade, em que ela poucas vezes foi mais do que uma sombra.
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Não tenho dúvidas de que vamos passar muita raiva com Lula e vamos nos desesperar com incontáveis problemas do novo governo; para já, é duro ter que aceitar uma ministra envolvida com milicianos, completamente estranha à pasta e que, ainda por cima, se nomeia “Daniela do Waguinho” em pleno ano de 2023.
(Ou Turismo é um assunto importante e como tal teria que ser tratado, ou não tem importância nenhuma — e, nesse caso, nem precisaria de ministério. Do jeito que ficou é uma ofensa a quem leva a área a sério.)
Ainda assim, daqui para a frente pisaremos no terreno da Democracia, e não na zona minada do golpismo latente, na região patológica de uma perversidade indefinível.
A profunda felicidade que sentimos com a posse não foi necessariamente por Lula, mas pelo Livramento.
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As redes sociais festejaram.
— Ela é o segundo animal a subir a rampa!
— É, mas ela está com todas as vacinas em dia.
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