segunda-feira, 11 de julho de 2022

Bolsonaro, um assassino à solta

Bolsonaro mata. Por pensamentos e palavras, atos e omissões, sua culpa, tão grande culpa, Bolsonaro mata quando estimula a violência dos seus devotos, mata quando defende que todos se armem, mata quando exalta a tortura, mata quando dissemina preconceitos, mata porque, como ele já disse, é o que sabe fazer.

Mata até ao reprovar a ação de um dos seus seguidores que no último sábado matou um chefe de família que celebrava, em casa, seu aniversário: “É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos”.

Foi um insano que sozinho o esfaqueou, segundo três inquéritos concluídos pela Polícia Federal, obrigada por Bolsonaro a abrir um quarto inquérito. Mas simplesmente condenar o matador de Foz de Iguaçu, seu discípulo confesso, e apelar à paz a três meses das eleições não está de acordo com seus verdadeiros sentimentos.


“O erro da ditadura foi torturar e não matar”, disse ele em 2008 e em 2016. “Através do voto você não vai mudar nada nesse país, nada, absolutamente nada! Só vai mudar, infelizmente, se um dia nós partirmos para uma guerra civil, e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil”, disse em 1999.

“A atual Constituição garante a intervenção das Forças Armadas para a manutenção da lei e da ordem. Sou a favor, sim, de uma ditadura”, disse em 1999. “[O policial] entra, resolve o problema e, se matar 10, 15 ou 20, com 30 tiros em cada um, tem que ser condecorado, não processado”, disse em 2018.

Armas letais à parte, Bolsonaro mata de muitas outras formas. Mata quando deliberadamente ignora a pandemia da Covid-19 que matou mais de 670 mil pessoas, mata quando receita drogas ineficazes para combater a doença, mata quando retarda a compra de vacinas e adverte que elas poderão fazer mal.

Mata ao assistir indiferente à morte da natureza na Amazônia devastada por garimpeiros ilegais, pecuaristas ávidos por terras, bandidos e o crime organizado que avançam sobre as reservas indígenas dizimando seus legítimos donos. Mata ao desmontar os organismos do Estado que cuidavam do meio ambiente.

Bolsonaro mata ao subtrair dinheiro destinado à Saúde, Cultura, Educação, Mulher, Família e Direitos Humanos para conceder um auxílio de ocasião aos mais pobres que cessará tão logo passe as eleições. É justamente entre eles onde seus votos são escassos e a derrota se desenha de maneira portentosa e mortal.

É um assassino de sonhos e esperança em um país que alimenta mais de 30 países, mas que vê aumentar para 65 milhões o número dos seus filhos que passam fome ou que acordam diariamente sem saber o que terão para comer. A morte dos sonhos e da esperança, a violência e o ódio, eis a herança maldita de Bolsonaro.

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