Espumar insinuações sem provas pelo canto da boca e, ao levar uma resposta, recuar, fingir-se de ofendido e se desmentir é uma tática de covarde. Desfilar tanques do Exército para ameaçar as instituições e, diante do fiasco que lhe poderia custar o mandato, pedir a alguém que lhe escreva uma carta de retratação também denuncia o covarde. Fazer-se de macho para meia dúzia de beócios no cercadinho, insultar mulheres repórteres e cercar-se de esbirros, gente dada a violências físicas, igualmente é de covarde.
Jair Bolsonaro não é só o pior presidente da história do Brasil democrático. É também o mais covarde. Sua tática de falar que "ficou sabendo", "ouviu dizer" e "estão dizendo que tem coisa", sem se assumir como quem acredita naquela informação, é de covarde. E sua campanha contra a vacina nunca é feita com afirmativas tipo "A vacina faz mal!" ou "Não se vacinem!". Esconde-se em perguntas que induzem à dúvida e ao medo, como "Quem garante que não vai fazer mal?" ou "Quem se responsabiliza?". Coisa de covarde.
Bolsonaro desfila sem máscara entre multidões, jactando-se de não ter se vacinado. Será? Quem garante? Pode muito bem ter sido vacinado em segredo por seu cúmplice, o ex-médico Marcelo Queiroga, que, pelo menos, ainda deve saber aplicar injeção. Talvez já tenha tomado até a terceira dose. Se seus próprios ministros se vacinaram pelas suas costas, por que Bolsonaro não se vacinaria pelas costas da nação?
Aliás, não sou eu, mas estão dizendo por aí que tem coisa em tudo que Bolsonaro faz pelas costas da nação.
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Cara Catarina Rochamonte. Sobre sua coluna "Os esbirros de Lula" (10/1), em que me atribui o poder de "usar régua de cálculo eleitoral para prejudicar a pré-candidatura Sergio Moro" —e precisa?—, você ficaria surpresa se soubesse por quantos segundos por ano me ocupo de Sergio Moro.
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