Foi o que aconteceu nesta segunda-feira, dia 29, quando a Lula Cheia e a proximidade do 31 de Março parece que mexeram com a psiquê do presidente, que entrou em alfa e demitiu o ministro da Defesa, seu amigo de juventude Fernando Azevedo e Silva.
O objetivo é claro – fazer as Forças Armadas se envolverem com a política e apoiarem o estado de sítio (ou de exceção) que o atual presidente tanto almeja.
A estratégia de Bolsonaro era demitir os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica na segunda-feira, mas o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, recusou-se a obedecer. Mas na terça-feira, diante da saída do ministro da Defesa, os comandantes ficaram revoltados e também deixariam seus cargos.
Era exatamente o que Bolsonaro almejava, porque eles abriram caminho para a nomeação de comandantes de baixíssimo nível, amoldáveis, maleáveis e manipuláveis a ponto de apoiar Bolsonaro num golpe de estado. Essa é a missão impossível do novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, que agora tem de encontrar três patetas para comandar as Forças Armadas.
Esta quarta-feira, 31 de março, é mais um aniversário da Revolução de 64. Bolsonaro terá de estar perfilado junto ao novo ministro Braga Netto no Forte Apache, onde ouvirá a leitura da Ordem do Dia sobre a importância democrática do golpe militar que derrubou o presidente João Goulart.
O general Braga Netto vai desfilar de saia justa, por saber que não pode obedecer Bolsonaro e lhe dar poderes ditatoriais, pois o Alto Comando já vetou essa possibilidade. Se atender a Bolsonaro, o novo ministro da Defesa estará traindo as instituições que jurou honrar e vai se arrepender muito.
Aliás, se sucumbir à pressão e acabar dando força a um golpe militar de um desequilibrado mental como Bolsonaro, o general Braga Netto mostrará que também não está em seu juízo perfeito. Assim, também precisará ser medicado e cumprir internação, quando poderá se exibir à vontade como Napoleão de hospício.
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