No vídeo que disparou o termômetro, o deputado se escorou em declarações que um ex-comandante do Exército não deveria ter feito. Defendeu um AI-5 que, se voltasse a existir, fecharia o Congresso, interrompendo o seu próprio mandato. Xingou e ameaçou um STF que o investiga por participar de um esquema de difusão de notícias falsas com ramificação no Planalto e por ajudar na organização de manifestações antidemocráticas das quais o presidente da República participou.
Nesse contexto doentio, Daniel Silveira é mera reação adversa de uma moléstia muito maior. A cura exigiria um tratamento multidisciplinar e simultâneo. Seria necessário varrer a política dos quarteis, expurgar o quartel da Saúde, devolver os magistrados aos autos processuais, desligar os extremistas da tomada, retirar os negacionistas do mundo da Lua, trocar decretos sobre armas por contratos de compra de vacinas. Tudo isso e mais uma cirurgia de redução de estômago no centrão.
A grande vantagem da democracia é que, se nada funcionar, o eleitor pode transformar a UTI numa maternidade, dando à luz algo novo. A magia dos momentos politicamente doentios é a possibilidade de redescobrir uma verdade que dá sentido ao regime democrático. Para os eleitos inconscientes, o eleitor impaciente é um santo remédio. Gente como Daniel Silveira e assemelhados não surgem por geração espontânea. No limite, quem controla o bisturi é você.
A grande vantagem da democracia é que, se nada funcionar, o eleitor pode transformar a UTI numa maternidade, dando à luz algo novo. A magia dos momentos politicamente doentios é a possibilidade de redescobrir uma verdade que dá sentido ao regime democrático. Para os eleitos inconscientes, o eleitor impaciente é um santo remédio. Gente como Daniel Silveira e assemelhados não surgem por geração espontânea. No limite, quem controla o bisturi é você.
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