sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

É comovente o esforço do governo Bolsonaro para transformar o Brasil num pária internacional

Não é nada fácil governar um país como o Brasil, o quinto maior do mundo, sexto em população e com a nona economia. O próprio presidente Jair Bolsonaro já fez um desabafo, dizendo: “Não consigo governar”. O motivo dessa incompatibilidade é que não é o presidente da República que governa diretamente, quem o faz é seu primeiro escalão.

O problema é que Bolsonaro escolheu o pior ministério da História, com algumas exceções, é claro, e o conjunto da obra do governo está transformando o Brasil num pária internacional ou “pária diplomático”, como prefere o chanceler Ernesto Araújo, que é destaque apadrinhado pelo filósofo Olavo de Carvalho e desfila na Comissão de Frente da irresponsabilidade institucional.



Entre os 22 ministros, somente quatro escapam da mediocridade reinante – o titular da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, engenheiro de formação militar; a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, engenheira agrônoma e produtora rural; o presidente do Banco Central, economista Roberto Campos Neto; e o corregedor-geral da União, Gilberto Waller Júnior, procurador federal .

Aliás, o tão competente no combate à corrupção que a Agência Brasileira de Informação (Abin) já pediu a demissão dele, por considerá-lo um obstáculo às manobras para inocentar o senador Flávio Bolsonaro, denunciado por prevaricação, lavagem de dinheiro e outros crimes, vejam só a que ponto chegamos.

Como diria o estadista Oswaldo Aranha, o atual governo é um deserto de homens e ideias, incluindo o multiministro da Economia, Trabalho, Previdência etc., Paulo Guedes, cujo prazo de validade está mais do que vencido.

O pior dessa situação é que o próprio Guedes sabe que o Brasil vai mesmo se transformar num pária internacional, em termos econômicos e diplomáticos, caso não interrompa imediatamente a perseguição à Lava Jato, à Receita Federal, ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao Conselho de Controle de a Atividades Financeiras (Coaf).

Organismos internacionais, como o Banco Mundial (Bird), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Organização Mundial do Comércio (OMC) e Transparência Internacional (TI), monitoram atentamente o combate à corrupção, lavagem de dinheiro, improbidade e enriquecimento ilícito em todos os países.

Os Estados Unidos, por exemplo, mantêm quatro instituições monitoradoras de atividades financeiras. O Brasil só tem a Coaf, que chegou a ser blindada pelo governo e o Supremo interveio, através do ministro Alexandre de Moraes.

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