Hoje é você, amanhã será o outro que te arremeda, e esta ordem de despejo que ora aqui se apresenta devia estar pronta, afixada desde sempre, na porta dos fundos dos gabinetes de todos os adoradores da morte, do autoritarismo e do preconceito. O pé na bunda lhes é destino e ponto final, seja na Pensilvânia, Roraima ou Irajá.
Fora, malandragem, com a tralha de tacos de golfe, camisas de time de futebol, piadinhas homofóbicas, caneta Bic, e volta ao condomínio da tua insignificância municipal. O mundo gira, a Lusitana roda, e o caminhão de mudança já está na porta para carregar os cacarecos dourados da cafonice, a máquina de bronzear laranja, a arma embaixo do travesseiro, o muro na fronteira e toda a traquitana maligna da falta de consideração pelo próximo. Deu pra ti, grosseirão!
Os votos demoram a ser contados, alguns chegarão apenas no próximo domingo, outros ainda em dois anos, mas eis que já se fazem evidentes os trovões de volta à civilidade e eles estão mostrando a porta da rua para que você saia sem alguém lhe bater. Prazo de locação vencido. A tristeza não é mais senhoria. Faz as malas, pica a mula, puxa o carro, vaza, sebo nas canelas, rala peito - e não tenha o topete de aparecer tão cedo.
Deixa as emas na santa paz laica do quintal. De resto, encaixota os demônios vermelhos com que você assustava a vizinhança. Leva também a seringa para injetar desinfetante na veia dos seus doentes, a luz ultravioleta para combater o vírus da família e todas a cristaleira de mentiras, decretos de incentivo ao caos, ao tiroteio, ao golden-shower e ao uso do leite moça no recheio do pão.
Os votos demoram a ser contados, alguns chegarão apenas no próximo domingo, outros ainda em dois anos, mas eis que já se fazem evidentes os trovões de volta à civilidade e eles estão mostrando a porta da rua para que você saia sem alguém lhe bater. Prazo de locação vencido. A tristeza não é mais senhoria. Faz as malas, pica a mula, puxa o carro, vaza, sebo nas canelas, rala peito - e não tenha o topete de aparecer tão cedo.
Deixa as emas na santa paz laica do quintal. De resto, encaixota os demônios vermelhos com que você assustava a vizinhança. Leva também a seringa para injetar desinfetante na veia dos seus doentes, a luz ultravioleta para combater o vírus da família e todas a cristaleira de mentiras, decretos de incentivo ao caos, ao tiroteio, ao golden-shower e ao uso do leite moça no recheio do pão.
Desta vez não é uma gripezinha, é o cartão vermelho, o fim de jogo e o suspiro aliviado por quem já vai tarde. Os supremacistas, os milicianos, a Fox News, os guardiões dos hospitais, os juízes conservadores, os generais de pijama, todo esse exército de homens de bem, com Deus no peito e a suástica no coração, foi insuficiente para convencer os demais inquilinos de que o ódio seria bom pastor e vizinho. Hoje não tem cantoria de pastor gospel, mas a decisão unânime dos moradores - você está despejado!
Pela vulgaridade ideológica, por falar aos gritos, palavrões aos berros, desprezar máscaras, gays, negros, mulheres e todos os funcionários do palácio. Posto isso, enquanto não se faz obrigatória aos governantes a vacina do bom senso, a assembleia aqui reunida resolveu aplicar em vossa ex-excelência este artigo primeiro, parágrafo único, da lei internacional do ponha-se-no-olho-da-rua. Favor deixar a chave na portaria e pagar os atrasados. Atenção: o condomínio não aceita dinheiro vivo.
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