Outra: já que nunca estranharam as transações financeiras do amigo, por que eles não o abrigaram? Não seria por falta de opções —afinal, os Bolsonaros têm uma bela carteira de propriedades em vários estados, fora os apartamentos e salas que Flávio Bolsonaro comprava e revendia horas depois com lucro de 400 por cento. Talvez porque soubessem que Queiroz seria um hóspede complicado. O próprio Wassef se queixou de que, em vez de se manter discreto, Queiroz não sossegava —vivia pulando do sítio de Atibaia para os apartamentos do advogado em São Paulo e vice-versa e até para assistir ao filho jogar pelada na longínqua Saquarema.
E tudo isso durante um delicado tratamento de câncer de cólon, que o obrigava a idas a hospitais, ocasiões que aproveitava para passar na quitanda e se equipar para os churrascos, cervejadas, réveillons e outros rega-bofes que promovia com os amigos no famoso sítio.
Agora em prisão domiciliar, Queiroz será dispensado desses atropelos e poderá se dedicar melhor ao tratamento. Sua mulher, Márcia, cuidará dele, o que não pôde fazer enquanto também ficou fora do ar.
Os futuros historiadores só estranharão por que o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha, não convidou o casal para sua cerimônia de posse no STF na vaga de Celso de Mello.Ruy Castro
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