Enquanto o ministro Celso de Mello decide se autoriza ou não a liberação, para divulgação imediata e sem cortes, do patético vídeo denunciado pelo ex-ministro Sergio Moro, a democracia, nossa única opção, pela qual os verdadeiros democratas lutaram no passado, até a conquista da Constituição de 1988, apodrece aos poucos e ainda acelera o batimento cardíaco dos que ainda acreditam piamente nela.
O mundo está mesmo revirado, leitor, mas, dentro dele, há um país “sui generis”, que está de cabeça para baixo, cuja responsabilidade maior cabe a um único brasileiro – um ex-tenente do Exército, que passou pela Câmara Federal durante 28 anos, e que, segundo o ex-presidente Geisel, se tratava de “um mau soldado”.
Um presidente despreparado, que não tem condições de liderar o país e que não percebe que a única saída para nossos males está na união entre ele, governadores e prefeitos. Todos eles sujeitos, em primeiro lugar, aos ditames da ciência, que aponta a direção correta, contestada, constantemente, de maneira irresponsável, por ele próprio.
Bolsonaro, enfim, não percebe que só uma liderança efetiva e competente, à frente da Presidência da República, seria capaz de aglutinar não o “centrão”, aquele da “velha política”, que, agora, genuflexo, procura, mas as maiores e melhores cabeças do nosso país.
Embora seja necessária, a divulgação do vídeo completo, que mostra o que aconteceu na inimaginável e indescritível reunião do dia 22 de abril, ocorrida no Palácio do Planalto, dá-nos medo.
Por fim, de repente, surge, no cenário nacional, como novíssimo defensor de Bolsonaro, a “triste figura” do ex-deputado federal Roberto Jefferson, um dos ex-condenados no mensalão, que, de espingarda na mão, sugere ao novo aliado a demissão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Conseguiu ombrear-se com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que, na indescritível e supracitada reunião, sugeriu a prisão de muita gente, inclusive dos ministros do STF.
Aguardemos, com tranquilidade, se for possível, meu caro leitor, os acontecimentos finais da tragédia que um presidente da República, legitimamente eleito pelo voto popular, vem construindo aos poucos. Os familiares de milhares de mortos não se esquecerão dele.
A história o julgará com o merecido rigor.
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