A Polícia Federal dissecou o funcionamento de uma máquina de desinformação. Ela atua de forma coordenada, com disparos em massa, uso de robôs e impulsionamento de conteúdo. É uma estrutura profissional, que depende de apoio financeiro para gerar resultado.
Entre os alvos da operação, estão os empresários Luciano Hang, da Havan, e Edgard Corona, da SmartFit. Eles integram o Brasil 200, que se apresentava como um movimento liberal. Por trás da fachada reformista, estimulavam ataques a parlamentares, juízes e jornalistas.
O ministro Alexandre de Moraes determinou a quebra dos sigilos da dupla desde julho de 2018. Seguindo o dinheiro, os policiais poderão esclarecer mistérios da eleição presidencial. As descobertas terão potencial para abastecer ações em curso no TSE.
A investigação também atinge ativistas de extrema direita como Sara Winter. Ex-feminista, ela chegou a organizar protestos contra o então deputado Jair Bolsonaro. Hoje integra uma milícia governista, que idolatra o capitão e defende o fechamento do Congresso e do STF.
Sua reação às buscas ilustra as práticas da turma. Em vídeos agressivos, ela ameaçou “infernizar a vida” do ministro Moraes. “O senhor nunca mais vai ter paz”, anunciou, entre ofensas e palavrões.
Os habitantes da cloaca dizem representar a “voz do povo” e ameaçam pegar em armas contra “traidores da pátria”. Puro fascismo, que encontra eco no discurso de deputados alinhados ao Planalto. Oito deles terão que depor à PF. Serão questionados sobre o gabinete do ódio, que tem conexões com a família presidencial.
Em mais um ato de submissão, o procurador Augusto Aras pediu a suspensão do inquérito. Bolsonaro acusou o golpe e convocou uma reunião de emergência no palácio. No dia em que o Brasil chegou a 25 mil mortes pelo coronavírus, o presidente voltou a ignorar a pandemia. Preferiu socorrer a sua milícia virtual.
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