(...) Que poderia escrever um cronista, em dia assim? Todas as ordens foram traídas. Todas as promessas foram desfeitas. Já começo a sentir algum desgosto de ser brasileiro... e ter que continuar sendo, por todos os séculos, por todos os remorsos, por todas as insônias, pela minha pobreza, pelo meu amor. Haverá outro dia esperança? Quando?
Então, leitor, contente-se, por hoje, com estas notas escritas, sob um céu castanho. Feitas de uma melancólica preguiça de ser. Sim. De ser. Partilhe comigo desse perdoável desgosto pelas coisas paradas, pelos homens parados, por um deus parado. Há um desânimo geral, que nem a poesia salvará. A poesia, apenas, nos ensinaria a morrer. Assim seja.
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