Flávio Bolsonaro já dispunha de liminar expedida em julho pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli —aquela que suspendeu em todo país os processos fornidos com dados detalhados do Coaf. O Zero Um passou a dispor de um segundo escudo, fornecido dessa vez pelo supremo guardião dos direitos individuais Gilmar Mendes. O Supremo colocou uma trava adicional numa porta que já estava lacrada.
Vale a pena relembrar o que dizia Jair Bolsonaro em dezembro, pouco antes de tomar posse na Presidência sobre a investigação que nasceu de uma movimentação bancária suspeita de Fabricio Queiroz, o faz tudo dos Bolsonaro. Dizia o presidente: "Se algo estiver errado —seja comigo, com meu filho ou com o Queiroz— que paguemos a conta deste erro. Não podemos comungar com erro de ninguém. O que a gente mais quer é que seja esclarecido o mais rápido possível."
Quem observa a conjuntura atual não enxerga em cena esse Jair Bolsonaro de dezembro. Hoje, o pai transforma a blindagem do primeiro-filho num processo de oxidação do próprio governo. Na Idade Mídia, em que a vida escorre pelas redes sociais, a nova realidade deixa atordoados os súditos virtuais do bolsonarismo. Para quem defendia o fechamento do Supremo Tribunal Federal, passar a tratar Dias Toffoli e Gilmar Mendes como heróis da resistência é um processo que exige uma revolução mental.
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