No exterior, quem poderá acreditar que exista algo assim num país importante como o Brasil, o quinto maior em população e território, que oscila entre a oitava e a nona economia do mundo, dependendo do humor da cotação do dólar.
É como dizia o cineasta Orson Welles, que veio ao Brasil fazer o filme “It’s All True” (“É Tudo Verdade”) e constatou que “os brasileiros são o povo mais feliz do mundo”. Ele brincou o carnaval de 1942, com muito uísque, anfetamina e lança-perfume, e concluiu: “Quatro dias de felicidade no ano é uma coisa que nem todos conseguem”. Meses depois, caiu na real, acabou desistindo do filme voltou para a matriz USA, porque não conseguia entender nada aqui na filial.
O jornalista americano Glenn Greenwald aproveitou a experiência negativa de Welles e está se dando bem. Levou 13 anos estudando o país, arranjou um marido, montou uma família e abriu um negócio de futuro – o The Intercept Brasil, um órgão de imprensa legitimamente autorizado a publicar informações obtidas de maneira ilegal.
Esses dados obtidos pelo The Intercept mediante interceptação telefônica estão sendo usados em prol de um movimento destinado a destruir a maior operação contra o crime já desfechada no mundo. O objetivo claro do complô é soltar bandidos como Lula, Dirceu, Cunha etc., além de evitar a prisão de outros enriquecidos ilicitamente às custas de recursos públicos, como Temer, Aécio, Padilha, Renan, Jucá, Moreira, Barbalho e tutti quanti, numa manobra confusa e com adesão de outros órgãos de imprensa que se dizem sérios, e não há analista estrangeiro que possa entender uma maluquice dessas.
Ao mesmo tempo, a Suprema Côrte brasileira desmonta tudo o que se conhece em Direito nos demais países, ao abrir um inquérito totalmente ilegal, sem participação do Ministério Público, em flagrante inconstitucionalidade, com os ministros mandando imobilizar o único órgão público que funcionava no país para coibir lavagem de dinheiro, corrupção e movimentação financeira de grandes facções criminosas.
O mais intrigante é que dois ministros do Supremo tenham sido apanhados na malha fina desse órgão público, junto com suas mulheres, e ao contrário do que ocorre nos outros países, ao invés de se defenderem das acusações de operações bancárias atípicas, eles simplesmente dão um jeito de paralisar as investigações, afastar os auditores e pedir a demissão do dirigente do órgão público por excesso de zelo funcional, digamos assim, e quem é que vai entender um país como esse?
Nem Freud explicaria, mesmo assessorado por Nise da Silveira, Helio Pelegrino e Eduardo Mascarenhas.
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