— Que pese alguns percalços entre nós, precisamos de vocês para que a chama da democracia não se apague. Precisamos de vocês cada vez mais. Palavras, letras e imagens. Que estejam perfeitamente irmanados com a verdade. Nós, juntos, trabalhando com esse objetivo, faremos um Brasil maior, grande e reconhecido em todo cenário mundial. É isso o que nós queremos. As pequenas diferenças fiquem para trás. O Brasil é maior do que todos nós juntos.
Atento à movimentação dos ventos, Bolsonaro percebeu que Dias Toffoli obteve o feito supremo de atrair para si a antipatia nacional. Nas redes sociais, habitat natural do presidente da República, a aversão ao "amigo do amigo do meu pai" reacendeu o pavio de sua inflamada militância. E o capitão não hesitou em converter Toffoli numa oportunidade a ser aproveitada.
A reconciliação improvável com a imprensa é mero degrau para atingir um posto de observação confortável, com vista para o processo de autocombustão de Toffoli. Em condições normais, Bolsonaro fará sua primeira indicação para o Supremo em novembro de 2020, quando o decano Celso de Mello completará 75 anos. A segunda indicação virá em agosto de 2021, com a aposentadoria compulsória de Marco Aurélio Mello.
O eventual impeachment de uma toga suprema encurtaria a ansiedade e aumentaria a cota de ministros afinados com os "novos tempos". Afastar ministro do Supremo é coisa inédita e difícil de acontecer. Mas se as trapalhadas de Toffoli servem para alguma coisa é para demonstrar que o impossível não passa de um vocábulo que carrega o possível dentro de si.
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