O PT chega ao 2º turno podendo estabelecer um recorde: ser o único partido a eleger cinco presidentes em seguida. No Brasil nunca aconteceu. Nos Estados Unidos, na França, na Alemanha ou em Portugal também não. Aconteceu no Paraguai pós-Stroessner com o Partido Colorado, e no México sob o domínio do PRI, que emplacou nove presidentes a partir de 1946. Na Argentina, o Partido Justicialista estava na mesmíssima situação em 2015, mas o sonho do quinto mandato parou na vitória de Mauricio Macri.
Jair Bolsonaro chega ao 2º turno sem querer estabelecer recorde algum. Deseja apenas ver mantida a escrita das eleições anteriores. Nas cinco corridas presidenciais decididas em 2º turno, venceu quem obteve mais votos no 1º turno. Simples assim. Nossa trajetória desconhece viradas no 2º turno. Bolsonaro quer que continue dessa maneira.
Fernando Haddad queria enfrentar Bolsonaro, e nenhum outro. Diante de Marina Silva, Ciro Gomes ou Geraldo Alckmin, ficaria impedido de recorrer ao anti-bolsonarismo, único sentimento presente no eleitorado capaz de rivalizar com o antipetismo. Bolsonaro queria enfrentar Haddad, e nenhum outro. Diante de Marina Silva, Ciro Gomes ou Geraldo Alckmin, ficaria impedido de recorrer ao antipetismo, único sentimento presente no eleitorado capaz de rivalizar com o anti-bolsonarismo. Agora é ver qual sentimento prevalece.
Dada a distância ideológica dos candidatos e a velocidade das redes sociais com seus memes, videozinhos e provocações variadas, as pessoas podem ficar com a impressão de que o Brasil estará especialmente dividido nas próximas três semanas. Não se impressionem. É assim em qualquer país durante o processo eleitoral. Nos últimos doze meses, seis países da América Latina realizaram eleições presidenciais. Em dois (Chile e Paraguai), o clima até foi ameno. Em quatro (Honduras, Costa Rica, Colômbia e México), as expressões mais utilizadas para descrever o ambiente era “país dividido” e “guerra de classes”. No final, voltou tudo ao normal.
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