O ministro Gilmar Mendes, em entrevistas concedidas ontem, antecipou de certa forma o que está por vir. A Turma à qual ele pertence poderá, em breve, reduzir a pena de 12 anos e 1 mês a que Lula foi condenado no caso do tríplex do Guarujá, para em seguida mandar soltá-lo.
O fim da prisão em segunda instância poderá demorar um pouco mais para voltar a ser rediscutida. Até setembro, não deverá ser. Mas a partir daí, quando a ministra Cármen Lúcia ceder a presidência do tribunal ao ministro Dias Toffoli, qualquer dia será dia.
Toffoli e o ministro Ricardo Lewandowsky, companheiros de turma de Gilmar, morrem de amores por Lula. A ele devem sua indicação para ministro do tribunal. Gilmar não morre de amores, mas não é isso o que o move. Os três estão empenhados em pôr freios na Lava Jato.
Contam para isso com o apoio velado de políticos e empresários que resistem ao desmonte da máquina de corrupção que há décadas drena as esperanças dos brasileiros, e que lhes custa os olhos da cara. Corrupção é igual a menos tudo – menos saúde, educação, segurança, e por aí vai.
Há quatro anos ameaçada pela Lava Jato e vendo rolarem várias de suas cabeças mais ilustres, a máquina resolveu reagir enquanto é tempo. Depois de muito estrebuchar e espernear sem sucesso, passou à ação desesperada. É o que se assiste e se assistirá nos próximos meses.
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