Há um déficit estético na campanha presidencial
Há momentos em que as nações precisam desesperadamente de bom gosto. No Brasil, neste ano sucessório de 2018, o bom gosto tornou-se gênero de primeira necessidade, para compensar o déficit estético acumulado desde que a Lava Jato expôs a corrupção na vitrine. Mas, considerando-se o panorama que se descortina no momento, os partidos exibem uma inacreditável propensão para o mau gosto.
O descompromisso de alguns partidos com a estética vai transformando a eleição de 2018 numa espécie de loteria sem prêmio, na qual o eleitor é convidado a optar entre o impensável e o inaceitável. As pesquisas eleitorais ganharam a aparência de estatísticas que antecipam o nome do herói que os para-choques de caminhão chamarão de desonesto 15 dias depois da posse.
Hoje, o líder nas pesquisas é Lula, um corrupto de segunda instância, que acaba de se consolidar como um ficha-suja inelegível depois que o TRF-4 rejeitou o seu recurso. Acotovelam-se na raia do centro Geraldo Alckmin e Rodrigo Maia, protagonistas de inquéritos.
Michel Temer, com duas denúncias e dois inquéritos por corrupção, declara-se candidato à reeleição. Henrique Meirelles prepara-se para trocar a pasta da Fazenda pelo palanque. Vai se filiar ao PMDB, um projeto político que saiu pelo ladrão. Se não for cabeça de chapa, será vice de Temer. A campanha eleitoral mal começou e já se distingue como um espetáculo constrangedor.
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