Por quase seis anos, a economia norte-americana tem gerado uma quantidade grande de empregos - são quase 2 milhões por ano.
A recuperação econômica não só restabeleceu o número total de postos de trabalho perdidos durante a recessão causada pela crise financeira internacional de 2007, como também criou empregos suficientes para dar conta do crescimento populacional.
A taxa de desemprego nos EUA é de apenas 4,1%, a menor desde 2000. Mas várias famílias não viram seus recursos aumentarem.
Em 2016, quase 41 milhões de pessoas, ou 13% da população, viviam na pobreza - em comparação com os 15% verificados no auge da recessão, em 2010.
Nos Estados Unidos, a renda média de uma família de quatro pessoas é de US$ 91 mil (R$ 299,5 mil) por ano.
De acordo com a medição oficial dos EUA, baseada em renda e necessidades nutricionais, uma casa com quatro pessoas é considerada em estado de pobreza quando a renda familiar é inferior a US$ 24,3 mil (cerca de R$ 80 mil) por ano.
Pode parecer muito se comparado com países classificados como de baixa renda pelo Banco Mundial - com PIB per capita entre US$ 1 mil (R$ 3,2 mil) e US$ 4 mil (R$ 13 mil). No Brasil, por exemplo, medição de 2015 do banco estimou que 4,9% da população brasileira estava abaixo da linha de pobreza por viver com até US$ 1,90 por dia.
Mas o custo de vida mais alto nos Estados Unidos e o crescente abismo entre os pobres e a classe média podem resultar em dificuldades para famílias americanas de baixa renda.
Entre os que vivem na pobreza, dados de 2016 mostram que há cerca de 13,3 milhões de crianças - 18% têm menos de 18 anos.
À medida que a população envelheceu, o número de pessoas pobres com mais de 65 anos aumentou para 4,6 milhões - 9% do total.
Mas é o grupo de pessoas com idade para trabalhar (de 18 a 64 anos) que apresenta os dados mais dramáticos: quase 23 milhões deles, ou 12% do total, vivem na pobreza.
O Projeto Hamilton, do Instituto Brookings, tem analisado essa questão.
No grupo de pessoas com idade para trabalhar:
- 4 a cada 10 estavam empregados
- 1 a cada 10 tinha trabalho em período integral, durante o ano todo, mas não ganhava o suficiente
- 1 a cada 4 estava empregado, mas não tinha contrato para o ano inteiro
- 1 a cada 25 estava à procura de trabalho
- Dos que não tinham trabalho em período integral, 1 em 3 estava nessa circunstância involuntariamente.
Também não quer dizer que todos estejam encontrando emprego. Cerca de metade dos adultos pobres em idade para trabalhar não está inserida no mercado de trabalho.
Dos postos criados, muitos são no setor de hotelaria, administração, saúde e tecnologia da informação, embora algumas áreas muito afetadas pela recessão - como construção civil e manufatura - ainda não tenham se recuperado completamente da crise.
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