Tudo começou com a disponibilização, para a população, de um mapa no qual registra-se, em tempo real, tudo o que se relaciona a lixo - de dejetos não recolhidos a depósitos ilegais, está tudo lá. A partir daí os problemas passaram a ficar absolutamente claros para todos - população e administração - e as soluções, como que num passe de mágica, apareceram.
O passo seguinte foi aplicar o mesmo princípio ao trânsito. Cada acidente e atropelamento passou a ser inserido em um mapa igualmente tornado público através da Internet. A partir daí, foi apenas uma questão de tempo para descobrirem, por exemplo, que 65% das colisões aconteciam em apenas 6% das vias - as quais, então, passaram a ser objeto da intervenção estatal.
Este sistema foi evoluindo: passou a demonstrar eventuais problemas na disponibilização - e na isonomia - dos serviços de saúde, do saneamento básico, de obras que estejam sendo realizadas e até mesmo da segurança pública.
Passou a ser possível, por qualquer do povo, saber quantas e quais obras estavam sendo realizadas em cada dia e local da cidade - basta olhar um mapa de simples visualização e compreensão. Assim também todos passaram a tomar conhecimento, com absoluta precisão, de quais os locais mais afetados por cada tipo de crime.
A partir de tal transparência a população e os órgãos de fiscalização passaram a poder cobrar, de forma mais eficiente, certas ações da administração pública - e esta passou a ter condições de agir inclusive preventivamente. Tradução: todos ganharam.
Esta filosofia de trabalho refletiu o êxito de uma experiência pioneira realizada também nos EUA, na cidade de Detroit. Lá, só para que se tenha uma ideia, passaram a ser exibidos em um mapa até os buracos existentes nas ruas - e desde quando apareceram.
Medite, agora, sobre a administração pública que atende a maior parte da humanidade. Escondida atrás de dados sigilosos ou estatísticas mentirosas, abafa a verdade simples de que nada mais eficiente para acabar com o mofo que um raio de sol!
Pedro Valls Feu Rosa
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