segunda-feira, 24 de julho de 2017

Jararacas e escorpiões mordendo as tetas do Estado

“Fedro” foi uma história que Platão inventou para conversar com Sócrates. Esopo foi um contador de histórias que os gregos ouviam na Grécia antiga. Escravo e pobre. Sócrates ensinava contando histórias a seus discípulos. Trouxeram-nos a fábula eterna do escorpião e do sapo.

É uma fábula sobre um escorpião que pede a um sapo que o leve através de um rio. O sapo tem medo de ser picado durante a viagem, mas o escorpião diz que se picar o sapo, o sapo iria afundar e o escorpião iria se afogar. O sapo concorda e começa a carregar o escorpião, mas no meio do caminho, o escorpião, de fato, ferroa o sapo, condenando a ambos. Quando perguntado por que havia picado, o escorpião responde: que esta é a sua natureza e que nada poderia ser feito para mudar o destino.
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Lula acha pouco ser um escorpião. Diz que é uma jararaca. Talvez porque seja maior, mais comprido. Seus discípulos, sobretudo as graciosas meninas do PT na TV, acham pouco ser jararaca. Preferem mesmo ser escorpião. Cada palavra é uma ferroada.

Prefiro Confúcio e sua mansa sabedoria chinesa, nas primaveras e outonos com moralidade pessoal e governamental, procedimentos corretos nas relações sociais, justiça e sinceridade.

O país se pergunta para onde estamos indo. Não podemos cair na armadilha da jararaca nem do escorpião. Fábulas temos melhores, mais doces, mais mansas, mais santas.

O grande problema brasileiro é a predominância de uma elite inculta e extrativista, disseminada em todo o quadrante da vida nacional. Está presente e determinando rumos na condução do Estado, na política, na economia, no sindicalismo e até nos chamados movimentos sociais. Não tem interesse e formação, por conveniência, para enxergar as potencialidades de desenvolvimento do País. Enxergam só a árvore dos seus privilégios corporativos.

Reformar o estado, modernizando-o, é defendido por quase toda sociedade desde que essas reformas não atinjam os seus mais diretos interesses. Assim é na política, na economia e amplos setores sociais. Não é paradoxal que nos últimos anos o poder econômico tenha controlado e financiado o executivo e legislativo. A captura do Estado pelo poder econômico produziu a atual crise, onde a grande vítima é o povo brasileiro.
A manipulação da sociedade pelas diferentes corporações é a estratégia que unifica os vários interesses, no mundo político, empresarial, no sindical e afins, consolidando original aliança do capital e do trabalho. Usando um discurso ideológico, as corporações de direita, como definiu o economista Renato Fragelli, “querem um Estado grande para que ele seja saqueado pelo patrimonialismo. Enquanto a esquerda quer um Estado grande, para que seja saqueado pelo corporativismo”.

Essa poderosa aliança de patrimonialismo e corporativismo que impede a Reforma do Estado. A inoperância das elites brasileiras em enfrentar essa realidade, tem nas instituições do Estado, em todos os níveis, formidável aliada. A maioria dos integrantes dos três poderes republicanos é resistente às reformas estruturais.

A “pilhagem” do Estado, as iniquidades sociais e ineficiência econômica tem nessa esdrúxula aliança seu grande núcleo de sustentação, impedindo a construção de um Brasil desenvolvido.

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