Ou Temer foi para se reunir, como disse, com o Rei da Suécia que não mora na Noruega?
Ou como parece mais certo, Temer foi para fugir da crise política que o ameaça desde que se soube do seu encontro no porão do Palácio do Jaburu com o empresário Joesley Batista, dono do Grupo JBS, provedor de campanhas eleitorais do PMDB?
Pode ter tentado fugir da crise, mas ela não fugiu dele. Carrega seu nome.
Triste regresso. Hoje ou amanhã, a Procuradoria-Geral da República denunciará Temer por crime de corrupção passiva, Mais tarde por crime de obstrução da Justiça. Em seguida, por organização criminosa.
Temer entrará para a História por ter sido o primeiro presidente da República investigado e denunciado por corrupção. Para salvar-se, se agarrará a um Congresso povoado de bandidos.
Dava-se como provável no início da semana passada o arquivamento pelo Congresso das denúncias contra Temer. Mas como desde então os fatos só agravaram a situação dele, e como novos fatos estão por vir, ninguém mais se arrisca no Congresso ou fora dali a fazer previsões.
O cenário mais favorável a Temer – e o pior para o país – seria o de ele vagar como um fantasma até concluir seu mandato. Adeus reformas!
Elas foram e continuarão a ser desidratadas à medida que Temer mais se enfraqueça como seus aliados receiam. A da Previdência se resumirá à fixação de uma idade mínima para aposentadorias, o que de toda forma representaria um ganho.
Se antes, a exemplo da ex-presidente Dilma no seu segundo governo, Temer só comparecia a eventos fechados ao distinto público, daqui para frente tomará ainda mais cuidado.
Temos um presidente interditado como o anterior, ostensivamente rejeitado pela larga maioria dos brasileiros como conferiu a mais recente pesquisa de opinião do instituto Datafolha.
Sua aprovação de apenas 7% é a menor de um presidente nos últimos 28 anos. Seu governo é avaliado como ruim ou péssimo por 69% dos entrevistados, um recorde. E 65% acham que sua saída seria o melhor para o Brasil.
Quase 80% defendem a renúncia de Temer. Pouco mais de 80% são a favor da abertura de um processo de impeachment para tirá-lo do cargo. Se ele renunciasse ou fosse derrubado, um novo presidente deveria ser eleito pela população, segundo 83% dos consultados pelo Datafolha.
Em abril último, 58% diziam não confiar na presidência da República. Agora, 65%. Desconfiança maior só merecem os partidos – 69%.
Apesar disso, não haverá solução fora da política. Sim, com esses mesmos políticos e com esses mesmos partidos de hoje até que se produza nas eleições gerais do próximo ano uma desejável e radical mudança no sistema apodrecido que temos.
Por ora, políticos e partidos ainda preferem manter Temer onde está – o PT, por exemplo, para que a crise se aprofunde e ele possa se recuperar. Quanto ao PSDB...
O partido mais atrelado aos interesses dos grandes grupos econômicos e financeiros espera a ordem dos patrões para decidir o que fazer.
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