O brigadeiro, autêntico “varão de Plutarco” (a expressão já saiu de moda), não conseguiu eleger-se presidente nas duas vezes que tentou. Em 1945, quando disputou pela UDN, Getúlio o derrotou com o general Eurico Gaspar Dutra, lançado pelo PSD. Dutra foi eleito com 3.351.507 votos. O brigadeiro obteve 2.039.341 votos, e o candidato do insistente Partido Comunista Brasileiro (PCB), Iedo Fiúza, 519.818 votos.
Em 1950, também candidato pela UDN, Eduardo Gomes foi novamente derrotado, agora pelo próprio ex-ditador. Depois de alguns anos, o “pai dos pobres” voltou ao poder pelo voto direto. Caiu pouco tempo depois, durante crise política, cujo oposicionista obstinado era o então jornalista Carlos Lacerda. Não esperou sua derrubada. Preferiu o suicídio, 19 dias depois do atentado da rua Toneleros, em Copacabana – uma trama comandada por Gregório Fortunato, que chamou Climério Eurides de Almeida (da guarda pessoal de Getúlio e amigo de Gregório) e Alcino João do Nascimento. Morreu Rubens Florentino Vaz, major da Aeronáutica, que assumira a segurança pessoal de Lacerda. Lutero Vargas, filho dileto de Getúlio, segundo Alcino, teria sido o mandante.
Inicia-se assim a suposta carta-testamento deixada pelo ditador Getúlio Vargas: “Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar minha voz e impedir minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e, principalmente, os humildes”. E, finalmente, conclui Getúlio: “Eu vos dei minha vida. Agora ofereço minha morte. Nada receio. Serenamente, dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”.
De 1945 para cá, por quantas crises graves passou o país? À exceção do enorme aumento da população e do PIB (tornou-se, então, hábito roubar ou gastar sem critério o dinheiro público), que mudanças tivemos em nossa prática política? A resposta é sua, leitor.
A transformação do país depende somente de nós. Exclusivamente. Podemos iniciar agora a construção de um novo Brasil.
A capitulação não é o melhor caminho.
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