De fato tirei (como vou tirar agora) e, quando voltei, tudo continuava do mesmo jeito ou pior. Hoje, estou temendo a repetição, porque, ao contrário do provérbio escatológico português, nem as moscas mudaram, a não ser uma ou outra. A m... é a mesma.
Continuamos nos perguntando se estamos vivendo a nossa pior crise. Não sei, mas com certeza é a mais completa e abrangente, pois atinge ao mesmo tempo a política (desmoralizada), a economia (rebaixada), o meio ambiente (enlameado) e a ética (ultrajada pela inversão total de valores).
Não parece que foi hoje? Só falta acrescentar o bate-boca público entre juízes do STF.
Para quem gosta de comparar, a diferença entre os anos de chumbo e os atuais é que aqueles eram mil vezes piores, mas era possível saber o que iria acontecer mais cedo ou mais tarde.
Não havia dúvida de que um dia a ditadura ia acabar. Agora, não dá para prever o que acontecerá quando o Natal passar, o carnaval chegar, a euforia acabar, e Câmara e Senado caírem de novo na real, ou na fantasia.
De sua parte, o prefeito Marcelo Crivella já tratou de prevenir dizendo que Deus vai ajudá-lo a “fazer o impossível”. Assim, se não fizer, a responsabilidade não será dele, mas da falta de ajuda.
Andamos falando mal de 2016 e dizendo que ele já vai tarde. O problema é que a crise não vai, parece permanente. A um ano ruim sucede um pior, e isso nos deixa inseguros em relação a 2017.
Pelo jeito, o futuro da política no Brasil pertence à Lava-Jato. Ninguém está livre dela, não há personagens acima de qualquer suspeita, e a fila da Odebrecht está longe de terminar. É triste, mas inevitável.
Até o ano que vem, com desculpas pelo pessimismo. A culpa é de 2016, de tantas perdas — Ferreira Gullar, dom Paulo Evaristo Arns, Villas-Bôas — para só falar dos que acabam de nos deixar.
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