sábado, 9 de julho de 2016

'Angra 2 é um escândalo por si só'

Na última quarta-feira, a Eletronuclear foi mais uma vez alvo de operação da Polícia Federal que apura o pagamento de propina envolvendo a construção da Usina de Angra 3.

O principal alvo foi o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da subsidiária e considerado o "pai do programa nuclear brasileiro", que acabou sendo preso mais uma vez neste novo desdobramento da Lava Jato.

 Particularmente perigoso e grave é que essas fraudes são sempre feitas às custas da segurança. Ainda mais de um modelo de usina tão ultrapassado, ruim e perigoso, que deixou de ser construído na Alemanha há mais de 20 anos 

Ele é acusado de cobrar 12 milhões de reis em propinas, soma equivalente a 1% do dos contratos da empreiteira Andrade Gutierrez para tocar as obras da usina de Angra 3. Seu sucessor, Pedro Diniz Figueiredo, foi alvo de um mandado de condução coercitiva e acabou sendo afastado da presidência da Eletronuclear por suspeita de interferir em investigações internas da empresa.

Angra 3 começou a ser construída nos anos 80, e teve as obras retomadas em 2008. O projeto da usina é fruto do acordo bilateral entre a Alemanha e o Brasil firmado em 1975, que previa a construção conjunta de oito centrais. O projeto avançou pouco nas décadas seguintes e desde 1990 vem sendo prorrogado sucessivamente a a cada cinco anos. A última extensão do acordo ocorreu no final de 2014 passado apesar das críticas de vários políticos da Alemanha – país que pretende abandonar o uso da energia nuclear até 2022.
A deputada do Partido Verde alemão Sylvia Kotting-Uhl, umas das autoras da moção que tentou denunciar o acordo em 2014, afirma que as suspeitas levantadas na construção da usina são uma "evidência das fraudes que envolvem a energia nuclear" e que o caso pode ajudar no combate a uma nova prorrogação em 2019.
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