É natural que os desempregados petistas reajam de forma violenta a qualquer tipo de mudança institucional. Afinal de contas, como são desqualificados, certamente não vão conseguir emprego facilmente na iniciativa privada. Os mais exaltados, como era de se esperar, são aqueles que perdem os salários milionários e as negociatas nos ministérios. Agora, desolados, tentam de todas as formas reorganizar grupos para desestabilizar o governo e promover badernas. O eco dos ressentidos ainda será ouvido por todos os cantos, estimulado pelos pelegos da CUT que transformaram as entidades de classe em centrais de propaganda fascista com o dinheiro da contribuição sindical.
Os petistas do fundamentalista Rui Falcão estão atentos a tudo. E se o Temer vacilar, eles vão para o ataque. Veja o que acontece com a ocupação do ministério da Cultura nos estados. Alguns dos invasores condenam o governo peemedebista de destroçar a cultura com o fim do ministério. Acusam o novo governo de tentar acabar com a arte, o cinema, a literatura. É claro que a medida é impactante, mas não é o fim do mundo. A cultura desaparelhada, se tiver apoio do governo, certamente vai contemplar igualmente aqueles que nunca tiveram acesso a recursos públicos porque não rezavam na cartilha petista. A cultura da república sindical mostrou-se um desastre. O orçamento do ministério, segundo a própria Dilma, era de 1%, insignificante para a demanda, quase todo direcionado aos apadrinhados do PT.
É inconcebível, por exemplo, que filmes de chachadas patrocinados pela Globo Filme cheguem ao mercado incentivados pelo dinheiro público da Ancine. E que esse mesmo dinheiro tenha foco na produção dos filmes dos simpatizantes lulistas. O mercado cinematográfico brasileiro ainda está engatinhando porque o incentivo que chega ao cinema não é para capacitar os produtores mas para compensá-los por agir como petista, pensar como petista e serem amigos de petistas. Não se trata de combater o incentivo, o que se discute aqui é como esse dinheiro deve chegar, sem intermediários, ao mercado cinematográfico, ao teatro e as artes de modo geral.
Por que os filmes incentivados têm que cobrar ingressos já que recebem dinheiro público para serem realizados? Por que então não chegam aos cinemas com preços mais baixos, já que foram subsidiados, para que mais gente tenha acesso às salas? Por que uma quota desses filmes não é destinada gratuitamente para as comunidades pobres? Por que até agora o acesso aos recursos da Ancine não foi democratizado de forma a contemplar o cinema sem discriminação ideológica e partidária? Na Argentina, a vanguarda de filmes de qualidade, o dinheiro chega aos produtores por um fundo que administra um percentual dos ingressos vendidos. O governo não é tutor, apenas fiscaliza.
Ao passar o serrote no ministério, sem uma discussão ampla com os gestores sérios e apartidários da cultura no Brasil, Temer deu aos militantes petistas o pretexto que eles queriam para fazer protestos contra o governo nos festivais de cinema do mundo, a exemplo do que ocorreu no FESTin, de Lisboa, e em Cannes, na França, onde eles chegaram às custas do dinheiro público.
Alojar a cultura na Educação, em princípio, parece uma decisão coerente, desde que não se mexa nos avanços conquistados nos últimos trinta anos quando o ministério da foi criado por Sarney. Veja que interessante: um presidente conservador, mas que tinha visão ampla da cultura e da sua importância no país. Mesmo assim, o ministério nunca foi prestigiado por nenhum governo, especialmente os do PT.
Quem trabalha na produção de cinema no Brasil sempre teve dificuldade em realizar projetos se não se adequasse aos mandamentos petistas, em um setor aparelhado e discricionário. O ministério da Cultura e seus órgãos foram ocupados por militantes desqualificados e ideológicos que tinham rancor de quem não lesse na cartilha deles. O critério para aprovação de qualquer proposta na área sempre foi o partidário, o que restringiu o mercado cinematográfico a alguns “iluminados” , partidários do lulismo, para quem faziam orações diárias sempre de olho no caixa da Ancine.
É preciso desaparelhar o estado, torná-lo mais amplo, despolitizá-lo. Criar mecanismo para que todos que fazem cultura no Brasil, independente de partido e de cor ideológica, tenham as mesmas oportunidades. Não é um prédio ou o fim de uma nomenclatura que vai impedir que o país se abra para o mundo. O Brasil precisa, de verdade, de gente que pense um novo modelo para a cultura sem o peso da mão de ferro ideológica.
Jorge Oliveira
Os petistas do fundamentalista Rui Falcão estão atentos a tudo. E se o Temer vacilar, eles vão para o ataque. Veja o que acontece com a ocupação do ministério da Cultura nos estados. Alguns dos invasores condenam o governo peemedebista de destroçar a cultura com o fim do ministério. Acusam o novo governo de tentar acabar com a arte, o cinema, a literatura. É claro que a medida é impactante, mas não é o fim do mundo. A cultura desaparelhada, se tiver apoio do governo, certamente vai contemplar igualmente aqueles que nunca tiveram acesso a recursos públicos porque não rezavam na cartilha petista. A cultura da república sindical mostrou-se um desastre. O orçamento do ministério, segundo a própria Dilma, era de 1%, insignificante para a demanda, quase todo direcionado aos apadrinhados do PT.
É inconcebível, por exemplo, que filmes de chachadas patrocinados pela Globo Filme cheguem ao mercado incentivados pelo dinheiro público da Ancine. E que esse mesmo dinheiro tenha foco na produção dos filmes dos simpatizantes lulistas. O mercado cinematográfico brasileiro ainda está engatinhando porque o incentivo que chega ao cinema não é para capacitar os produtores mas para compensá-los por agir como petista, pensar como petista e serem amigos de petistas. Não se trata de combater o incentivo, o que se discute aqui é como esse dinheiro deve chegar, sem intermediários, ao mercado cinematográfico, ao teatro e as artes de modo geral.
Por que os filmes incentivados têm que cobrar ingressos já que recebem dinheiro público para serem realizados? Por que então não chegam aos cinemas com preços mais baixos, já que foram subsidiados, para que mais gente tenha acesso às salas? Por que uma quota desses filmes não é destinada gratuitamente para as comunidades pobres? Por que até agora o acesso aos recursos da Ancine não foi democratizado de forma a contemplar o cinema sem discriminação ideológica e partidária? Na Argentina, a vanguarda de filmes de qualidade, o dinheiro chega aos produtores por um fundo que administra um percentual dos ingressos vendidos. O governo não é tutor, apenas fiscaliza.
Ao passar o serrote no ministério, sem uma discussão ampla com os gestores sérios e apartidários da cultura no Brasil, Temer deu aos militantes petistas o pretexto que eles queriam para fazer protestos contra o governo nos festivais de cinema do mundo, a exemplo do que ocorreu no FESTin, de Lisboa, e em Cannes, na França, onde eles chegaram às custas do dinheiro público.
Alojar a cultura na Educação, em princípio, parece uma decisão coerente, desde que não se mexa nos avanços conquistados nos últimos trinta anos quando o ministério da foi criado por Sarney. Veja que interessante: um presidente conservador, mas que tinha visão ampla da cultura e da sua importância no país. Mesmo assim, o ministério nunca foi prestigiado por nenhum governo, especialmente os do PT.
Quem trabalha na produção de cinema no Brasil sempre teve dificuldade em realizar projetos se não se adequasse aos mandamentos petistas, em um setor aparelhado e discricionário. O ministério da Cultura e seus órgãos foram ocupados por militantes desqualificados e ideológicos que tinham rancor de quem não lesse na cartilha deles. O critério para aprovação de qualquer proposta na área sempre foi o partidário, o que restringiu o mercado cinematográfico a alguns “iluminados” , partidários do lulismo, para quem faziam orações diárias sempre de olho no caixa da Ancine.
É preciso desaparelhar o estado, torná-lo mais amplo, despolitizá-lo. Criar mecanismo para que todos que fazem cultura no Brasil, independente de partido e de cor ideológica, tenham as mesmas oportunidades. Não é um prédio ou o fim de uma nomenclatura que vai impedir que o país se abra para o mundo. O Brasil precisa, de verdade, de gente que pense um novo modelo para a cultura sem o peso da mão de ferro ideológica.
Jorge Oliveira
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