Só que a peleja não terminou, só começou. Vêm por aí as etapas no Senado, que poderão sangrá-la ainda mais. E vem – preparemo-nos! – muito sofrimento, que poderá se agravar mais se a presidente Dilma não se convencer de que o melhor para o país seria pedir logo as contas. Ou ela não sabe que “a soberba precede a ruína”?
Antes, um desabafo: estou exausto dessa discussão entre dois grupos, cada qual, a seu modo, achando que é, além de mais honesto, o melhor intérprete do país e de seu sofrido povo. Escondem, desonestamente, que o que os alimenta, nessa guerra sem quartel, é a total ausência de solidariedade. Defensores que são de seus interesses.
Embora exausto, restrinjo-me à entrevista travestida de pronunciamento que concedeu à imprensa o ex-ministro da Justiça e atual advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, logo depois da sessão da Câmara que durou mais de dez horas consecutivas. Utilizou-se, em excesso, do mantra “não vai ter golpe”, como se isso fosse verdade.
Cardozo tem feito o que está a seu alcance para defender o indefensável. Até já conquistou, por direito, a alcunha de um dos personagens da genial “Escolinha do Professor Raimundo”, Rolando Lero, mas, infelizmente, sem um tiquinho só da graça deste. Talvez tenha sido por isso que o ex-presidente Lula o defenestrou do ministério. Professor de direito administrativo, o “mestre” tem sido apenas repetitivo. Tem tido, também, alguma dificuldade para interpretar um processo político/jurídico previsto na Constituição. É insistente, aparenta seriedade, mas é frágil na argumentação jurídica. Talvez queira só provar ao ex-chefe Lula que não é nenhum borra-botas.
Quando afirma que a presidente Dilma não se entregará, mas continuará a defender a democracia, como fez na juventude, o valente defensor entra numa seara ruim. Não o chamo de “mentiroso” porque, em 1968, ele tinha 8 anos. Trata-se de alguém que desconhece a história recente do país.
Nos movimentos “revolucionários” aos quais pertenceu, Dilma nunca lutou pela democracia (e não sei por qual razão nunca confessou isso, pois todos a perdoaríamos, ela era jovem), mas pela implantação de uma ditadura comunista, semelhante à de Cuba ou obediente aos moldes soviéticos. Eis a história, ministro.
De semblante aparentemente abatido, desconhecido de todos nós, a presidente, ao não optar pelo recolhimento e pela reflexão, ocasião sempre propícia ao exame de consciência, acabou por se dirigir aos brasileiros de modo patético. Ouça-a, leitor, se você não a ouviu.
Que Deus nos proteja!
E viva Antônio Maria: brasileiro, profissão esperança!
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