Já não é preciso dizer que o momento é delicado, que a crise vai engolindo tudo, a política, a economia, a segurança, que a corrupção vai mostrando seu alcance e sua força, que a coesão social está ameaçada.
Também não é mais preciso dizer que a vida institucional do país é uma geleia amorfa, que ninguém está certo de que os bons costumes prevalecerão sobre o interesse egoísta e ilegal.
Também não é mais preciso dizer que a vida institucional do país é uma geleia amorfa, que ninguém está certo de que os bons costumes prevalecerão sobre o interesse egoísta e ilegal.
O Presidente da Câmara, insofismavelmente apontado como detentor de contas não declaradas no exterior, conservará o seu mandato legislativo? Que rumo tomarão os que por conveniência o apoiavam e agora dizem que já não o apoiarão porque ele fez acordo com o partido rival? Que lugar têm a honradez, a ética e a correção nesse raciocínio? Que rumo tomarão os que foram escolhidos para relatar processos importantes e os juízes que ficaram a cargo dos casos de corrupção que não pertencem estritamente á órbita da Operação Lava-Jato?
Por favor, nós, os que ainda somos honestos, desejamos que se restaure um mínimo de decência no jogo político. Que se volte a pensar no interesse público, no bem comum, no futuro do nosso país.
O Brasil neste momento está brincando com fogo. O povo já não tem confiança nem respeito pelos políticos em geral – com poucas exceções (bons tempos aqueles em que os picaretas eram apenas 300) –; pela polícia, que, tal como nos Estados Unidos, especializa-se em matar jovens negros desarmados; pelos que há décadas fracassam em resolver os problemas da saúde e da educação; pelos Ministros dos quais já não se sabe o nome; pelos congressistas; pelo lobistas; pelos que marcam os preços das mercadorias e dos serviços. Que acontecerá se e quando ele perder o respeito pela Justiça e pela Lei?
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