De todo dinheiro gasto para a assistência na saúde no Brasil, com 204 milhões de habitantes, apenas 30% vêm do governo. O setor privado gasta duas vezes mais para atender seus quase 54 milhões de beneficiários, que também podem ser atendidos pelo SUS.
O sistema complementar tem uma taxa de sinistralidade acima de 80% (apenas 20% dos usuários não utilizam o serviço no ano); a margem média de lucro é de 2%, pois 98% do arrecadado é gasto com despesas administrativas, propaganda, hospitais e profissionais de saúde. Perceberam a hierarquia das despesas? Honorários profissionais desnutririam o lobo de Wall Street.
Com tudo isso, é um dos melhores negócios no Brasil e cobiçado por investidores estrangeiros. A cada ano novas empresas entram no mercado, porém outras quebram. Em setembro de 2014, eram mais de 1.400 operadoras, sendo apenas 25 com mais de 500 mil beneficiários.
A expectativa de vida da população brasileira está aumentando, e é possível, se bem cuidados, que nos tornemos septuagenários. Em 2014, a população com mais de 60 anos era de 21%, porém apenas dois por cento possuíam cobertura da saúde complementar, para enfrentar principalmente o câncer, doenças cardiovasculares e neurológicas. Na outra ponta, entre os 20 e 40 anos de idade, 46% da população, estavam os 52% dos beneficiários de planos de saúde, que, quando doentes, enfrentam riscos clínicos e custos financeiros menos incertos.
Por mais críticas que se possa fazer ao sistema complementar, não é ele o responsável pela desordem do sistema público, apesar de ter sido beneficiado por ela. Agora, diante desta crise gravíssima, é fundamental refletir, pensar no futuro, unindo empresários, sindicatos, judiciário e organizações de classes, todavia cabe ao ministro da saúde mostrar para que veio.
Respondendo à pergunta: A conta não pode ser paga somente pelos pacientes e pelos profissionais de saúde.
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