Do apogeu que transformou o local no maior produtor mundial da rubiácea até o declínio provocado pela evasão da mão de obra escravizada, restaram casarões colossais, as carecas de suas montanhas, agora dominadas por rebanhos, e a urgente necessidade de uma política capaz de reflorestar e de proteger nascentes e olhos d’água.
Outra resolução tão importante quanto a da proteção das nascentes é a que aponta para a recuperação das matas ciliares, que ficam às margens dos rios. Temos um exemplo no Vale do Café, com o Paraíba do Sul. A crise hídrica de 2014 mostrou o esgotamento daquela fonte, que baixou quase um metro, deixando à vista ilhas de areia.
A partir dos anos 90, representantes de todos os setores firmaram o compromisso de trabalhar para resgatar a autoestima da região, pela restauração de sua memória imaterial e com iniciativas que visam a preservar o seu patrimônio.
Hoje é fundamental que se evolua das ações isoladas para uma parceria que envolva governos, ONGs e empresas interessadas. As nascentes e olhos d’água localizados em área rural devem ser protegidos, através do replantio, diz, ainda, o Código Florestal.
O ideal é que os governos federal, estadual e municipais incentivem campanhas para conscientização da importância do mapeamento das nascentes em todo o Vale do Café para que a natureza ali seja protegida através do plantio de mudas de Mata Atlântica. O replantio — o trabalho de semear, plantar, produzir — é uma grande contribuição para o meio ambiente.
Devido ao grande crescimento econômico, no século retrasado, os cafeicultores construíram ali casarões grandiosos, que agora são abertos à visitação para programações turísticas, desde que a região foi redescoberta por comerciantes, pesquisadores e amigos da ecologia do futuro. Em 2016, o Rio abrigará as Olimpíadas. Atrair visitantes para o Vale do Café é importante para que todos conheçam o trabalho de preservação dos rios. A água é para todos, democrática. E a tarefa de fazer com que ela seja abundante é coletiva.
Preservar a área verde é dever de todos; e a troca de experiências e conhecimentos sobre a educação ambiental, fundamental.
Nestor Rocha, presidente do Instituto Preservale
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