Cheio de querrequequé:
Se deita, mas fica em pé;Devagar, porém ligeiro.
Finge detestar dinheiro,
Franze a testa, fica sério;
Leva até o cemitério,
Chora mas fica contente;
Quer tirar a presidente,
Mas não larga o Ministério.
II
Quando a banda militar
Soltou o último suspiro,
Ulisses, que eu admiro,
Pensou que ia governar,
Mas Sarney saiu de lá
Das bandas do Maranhão,
Deixou a situação,
Virou PMDB,
Continuou no poder
E Tancredo no caixão.
III
No governo colorido,
O partido se achegou:
Foi devagar, mas entrou
Sem fazer muito alarido
(Mulher que trai o marido,
Trai sem arrastar tamanco).
Collor não aguentou o tranco,
Retornou para Alagoas
E o tal partido “de boa”
No Governo Itamar Franco.
IV
Aí veio FHC,
Todo intelectual,
Lançou o plano real
E arrochou pra valer.
De novo o MDB,
Com gente da ditadura,
Montou sua estrutura
Na Esplanada em Brasília,
Ficou até com a mobília,
Não largou a rapadura.
V
E saiu se pendurando
No Governo do PT:
Dava e mandava vender,
Comia, saía mastigando,
Lula só autorizando
Canal e transposição.
PMDB dá pão,
Mas fica com a padaria,
No final ninguém sabia
Quem foi que passou a mão.
VI
Veio Dilma e os bestinhas
Chafurdaram no petróleo,
Lambuzaram a mão de óleo
A que chamam de graxinha.
Cada um fez uma caixinha,
Mas foi a fonte secar
Começaram a reclamar,
Dizer que estavam com o povo:
- Ou roda a roda de novo
Ou vamos te empichar!
VII
Michel combinou com Cunha
Para espalhar o boato
Que o Brasil tinha carrapato
E a febre xincungunha.
Fez munganga, fez mumunha,
Misturou-se com os tucanos,
Traçou um monte de planos,
Juntou um monte de gente
Pra tirar a presidente
Até o final do ano.
VIII
Foi aí que a presidente
Parou com os coices de mula,
Se aconselhou com Lula,
Que é mais experiente,
Traquinoso e saliente,
Esperto e muito afamado,
Direto, sem rodeado:
- Dê a eles o filé,
Pra comer como quiser,
Que eu já tô empanzinado!
IX
Nesse instante a rebeldia
De súbito se transformou
Em muita paz e amor,
Entendimento e harmonia.
PMDB queria
Era fazer um acerto:
O longe ficou mais perto,
Cachorro não larga osso,
Botou o Brasil no bolso,
Nunca mais passou aperto.
Miguezim de Princesa
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