O economista João Sayad, ex-ministro do Planejamento, está sendo otimista demais, esperando que haja crescimento a partir de 2018. É só lembrar que a cada ano que Dilma deixa de executar o corte de gastos correntes, sem promover, de fato, o ajuste fiscal, na prática, ela empurra para frente – o correspondente a três exercícios, ou três anos – a possibilidade de recuperação econômica.
Portanto, como em 2015 a tentativa de obtenção de Superávit Primário já é um fiasco, temos mais três exercícios – 2016, 2017 e 2018, no mínimo – comprometidos com o ajuste, que deve ser perseguido em escala crescente nesse período. Até que se obtenha o montante suficiente para cobrir os juros da dívida.
E enquanto a inflação não der trégua a taxa básica de juros brasileira não vai cair, induzindo o padrão recessivo por falta de investimento e ampliação do consumo.
Além disso, depois da inflação dominada, demandará um bom tempo até que a política de rendas dê ao brasileiro condições de retomada no crescimento do consumo, podemos dizer que esperar crescimento para 2018 é sim uma posição muito otimista do Sr. Sayad.
Na verdade, o PT já comprometeu a economia por, no mínimo, dez anos, desconsiderando, isso, os primeiros quatro anos de Dilma. Todos os fundamentos do equilíbrio econômico deterioraram, e só não estamos pior, porque ainda temos alguma reserva cambial.
Outra coisa em relação à declaração do Sr. Sayad, a perda do grau de investimento num primeiro momento é de fato a desvalorização cambial (aumento da cotação do dólar) que já está acontecendo mesmo antes da queda da gradação pelas agências de risco.
Mas, num segundo momento o perigo que está se avizinhando é o esgotamento das nossas reservas e a provável futura necessidade de termos de recorrer ao FMI e nos submeter a um arrocho fiscal e monetário muito maior, a beira do insuportável, como já vivemos no segundo período do governo de FHC, quanto tivemos que suportar um ajuste imposto pelo Fundo Monetário Internacional para preservar o real.
Só que agora o sacrifício não será por uma causa justa, como a manutenção do equilíbrio monetário, mas, pela irresponsabilidade, pelo amadorismo e mesmo pela maldade de um grupo político que está nos empurrando para o abismo econômico-social.
Wagner Pires
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