Neste contexto, agravado pela crise econômica que corrói ainda mais a confiança dos cidadãos nos seus governantes, fica ainda mais evidente a carência de lideranças capazes de assumir as rédeas do país para conduzi-lo a um futuro mais digno. Tanto é assim, que gente de fora da política, mais especificamente alguns líderes de setores empresariais, sindicais e associativos, vêm manifestando a vontade de interferir diretamente na administração pública, pela pressão objetiva sobre o Executivo e o Legislativo ou mesmo com propostas de soluções para os problemas que os políticos não conseguem resolver.
Se é injusto generalizar, como fazem alguns cidadãos indignados que invariavelmente associam a política à desonestidade, também parece inquestionável que os detentores de mandatos e os partidos que representam não estão fazendo a lição de casa. Seria bom ouvir de brasileiros uma manifestação como a que foi feita nesta semana pelo ex-presidente uruguaio José Mujica, em visita ao Rio de Janeiro. Ele pregou a humildade entre os políticos e esclareceu: “Não é uma apologia à pobreza e à miséria, mas os políticos têm que viver como a maioria, e não como a minoria privilegiada”.
Na falta de lideranças políticas que deem exemplo de integridade, a população tem dedicado sua atenção e sua admiração a agentes públicos que investigam e julgam os desvios da política _ caso de juízes e promotores que se destacam no exercício de suas atribuições. É um sinal claro de que o Brasil está carente de líderes éticos e comprometidos com os interesses coletivos.
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