Pesquisas recentes feitas por administrações municipais, mas não divulgadas por motivos óbvios, mostram que a popularidade dos prefeitos da região metropolitana e de cidade mais povoadas de Minas está muito baixa, no limite do “volume morto”.
A maioria dessas populações, excetuando a capital, considera o prefeito alguém ruim ou péssimo. O resultado apenas corrobora a pesquisa CNT/MDA da última semana, que expõe o descrédito total dos brasileiros com relação a suas instituições e seus políticos.
Porém, no caso dos prefeitos, a situação é bem mais crítica, pois, daqui a um ano, eles já estarão novamente colocando os nomes para as disputas eleitorais.
Se fosse hoje, eles não conseguiriam se reeleger. O mais grave é que os seus opositores diretos também estão pessimamente avaliados. Como se não houvesse mal que não pudesse piorar, o resultado disso é um espaço ainda maior para aventureiros e pessoas com menos capacidade de administração.
O motivo dessa lástima é, assim como no plano nacional, a ausência de lideranças capazes de resgatar a confiança de sua gente e de apresentar alternativas plausíveis ao estado caótico em que as cidades estão mergulhadas.
Claro, a crise gera menos arrecadação e, com ela, menos dinheiro para arcar com necessidades elementares, como saúde, desenvolvimento social e educação, mas o péssimo desempenho desses Poderes Executivos não pode ser atribuído exclusivamente ao momento econômico que vem sendo amargado pelo país.
As desaprovações municipais têm muito mais a ver com a baixa qualidade dos gestores. Ainda agarrados a uma política do empreguismo e da procrastinação, os prefeitos simplesmente não tomam decisões de fato relevantes. Eles fingem que administram, pois muitos deles são incapazes até de faturar importantes receitas, como o IPTU, por exemplo. Segundo equivocadamente imaginam, a medida os explodiria. Não percebem que a inércia com que lidam está arruinando as parcas estruturas sociais que ainda resistem.
Basta saber que algumas dessas cidades possuem mais de 12 mil servidores públicos, sendo quase um terço disso de livre nomeação, que são incapazes de prestar serviços razoáveis para seu povo. São centenas de milhões gastos todos os anos com uma folha de pagamento ineficiente.
O futuro das cidades, com este Brasil incerto e com prefeitos tão parcimoniosos e sem criatividade, preocupados em manter bobos da corte que os elogiem, é de escuridão. Só podemos esperar mais mendicância, a perpetuação de uma cultura da preguiça e o aumento do desinteresse de cidadãos pela metade, destituídos de motivação para acreditar em algo melhor em um futuro que tem a mesma cara de hoje.
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