sexta-feira, 24 de julho de 2015

A nação de cabeça baixa

A condição natural do ser humano é a fragilidade, que é de natureza física; a ignorância, que é de natureza mental; e a pobreza, que é de natureza econômica. Afora a fragilidade física, que não pode ser mudada, as outras duas podem ser superadas, e os meios para tanto são o conhecimento e a tecnologia.

Podemos definir conhecimento como sendo o domínio dos princípios e das leis que regem a natureza, o homem e a sociedade. Já a tecnologia é a aplicação do conhecimento para produzir os meios de atender às necessidades humanas e solucionar os problemas do dia a dia. A aquisição do conhecimento e da tecnologia se dá pela ciência, pela educação e pela cultura.


Alguns pensadores, entre eles o gênio liberal Ludwig von Mises, adicionam um terceiro fator: a forma como a sociedade é organizada e dirigida em termos coletivos. Em seus escritos, Mises insiste que a quantidade de coisas produzidas não é desvinculada do modo como são produzidas. Para ele, o mesmo povo, sob um regime de liberdade e de propriedade privada dos meios de produção (o capitalismo), é capaz de produzir muito mais do que sob um regime sem liberdade e sem direito de propriedade (o socialismo).

O Brasil vive hoje um dos piores momentos de sua história. A nação está humilhada e cabisbaixa. A desconfiança nas instituições vem decaindo perigosamente. A política e os políticos estão desacreditados. O setor público está falido, afundado em déficits, dívidas e serviços da pior qualidade. Junto a todo esse quadro ruim, a economia vai mal e nos tornamos uma das sociedades mais violentas do mundo.

Em um único fim de semana (dias 17, 18 e 19 passados), em apenas uma cidade (Manaus), houve 35 assassinatos. Se fosse nos Estados Unidos, o mundo inteiro estaria comentando e analisando como um fato incomum. Aqui, virou corriqueiro. O grau de violência no Brasil quase não tem precedente no mundo. E não dá para debitar tudo à pobreza, pois há muitas nações tão ou mais pobres onde a violência é muito inferior à que temos aqui.

A violência é, também, um problema econômico. Nova York sozinha recebe 50 milhões de turistas por ano. O Brasil inteiro recebe apenas 6 milhões, um número pífio. A imagem brasileira no exterior é de um país corrupto, bagunçado e violento, que não está no roteiro do turismo mundial. Há anos, inventaram os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), países que seriam emergentes caminhando rumo à riqueza. Agora, alguns analistas internacionais estão propondo tirar o Brasil do grupo, tal a deterioração econômica e social do país.


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O governo Fernando Henrique venceu o demônio da inflação, reduziu um pouco o tamanho do Estado-empresário e legou a importante Lei de Responsabilidade Fiscal. Lula ampliou os programas sociais e foi beneficiado pela enorme ajuda do mundo, sobretudo da China, cuja explosão do consumo promoveu a elevação dos preços das commodities brasileiras exportadas.

Até 2010, uma enxurrada de dólares entrou no Brasil. Mas a festa acabou em 2011, quando Dilma assumiu. A boa situação internacional desapareceu, os preços de exportação voltaram a cair, os erros de política econômica de Dilma foram graves... e o país perdeu o passo. Com a desencanto e a descrença, muitos sonham seguir para o exterior e desistir do Brasil. Mas a maioria não tem essa possibilidade; logo, é preciso lutar e impedir que a nação naufrague na pobreza e na violência.

José Pio Martins

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